Jogo atípico no D. Afonso Henriques. O V. Guimarães jogou cinquenta minutos com dez elementos e na última meia hora teve apenas nove jogadores em campo. Os comandados de Pepa não entregaram as armas, lutaram de forma sobrenatural e até conseguiram as melhores oportunidades.

O embate terminou sem golos com o anfiteatro vimaranense em polvorosa. Pertenceram ao Vitória as derradeiras oportunidades, nos descontos, com o Belenenses a não conseguir lançar-se para um domínio que se perspetivava que fosse natural. Assim não foi e o nulo no marcador foi festejado como se de um triunfo se tratasse.

Ainda numa fase embrionária, quando se tentava perceber o que o jogo poderia dar, o encontro teve um acontecimento que mudou o rumo o encontro. O V. Guimarães ficou reduzido a dez elementos, tendo de jogar praticamente todo o jogo em inferioridade numérica.

Má abordagem de Alfa Semedo a um lance em que a bola é colocada atrás da defesa, o guineense derruba Safira junto ao limite da área e é expulso, atenuando as diferenças num jogo em que, à partida, a equipa da casa teria mais argumentos frente a um Belenenses À procura da primeira vitória na Liga.

Mesmo em inferioridade numérica a realidade é que o Vitória conseguiu dominar o jogo, teve mais iniciativa e foi somando as melhores oportunidades de golo. A principal ocorreu ao minuto dezoito: Estupinan cabeceou ao travessão após Luiz Felipe ter sacudido um cruzamento de Rafa Soares.

Entre quezílias, muitas faltas e um jogo demasiado pausado, o Vitória tentou fazer por ser superior, jogando no limbo entre o ataque e a organização aos contragolpes de um Belenenses que tinha mais um elemento em campo.

Com o evoluir do cronómetro o diferencial foi diminuindo e o Belenenses foi ganhando metros no terreno de jogo. Começaram a faltar as penas aos jogadores de Pepa e nas próprias tomadas de decisão notava-se os níveis de discernimento. Foi o que aconteceu quando estava cumprida uma hora de jogo. Já com amarelo, Borevkovic fez falta no corredor central e acabou também expulso.

Com meia hora pela frente para jogar em inferioridade numérica Pepa foi forçado a reajustar a equipas, acrescentando ao jogo Jorge Fernandes e André Almeida. Não entregou as armas o Vitória e, empolgado pelos adeptos, até tentou dividir o jogo.

Demonstração de coragem, prova de valentia. Após um choque entre Rochinha e Safira, o jogador do Vitória caiu inanimado e teve de ser transportado ao hospital. Mais um incidente para o leque de incidências.

Em entregar as armas, as melhores oportunidades até foram do Vitória, que conseguiu aparecer por duas vezes em superioridade numérica, faltando uma pequena pitada de lucidez para que a definição fosse diferente.

Atónito com o ruído das bancadas, o Belenenses não conseguiu impor-se e acabou vergado quando tinha mais dois homens no terreno de jogo. Ponto muito festejado pelo V. Guimarães, frente a um Belenenses que sai de Guimarães cabisbaixo. Continua sem ganhar na Liga a turma de Petit.