Teste de fogo ao líder Benfica na Cidade Berço. Ambiente adverso, jogo tradicionalmente difícil e os regressados Jonas e Salvio a darem um ar da sua graça, preponderante, no triunfo (0-2) diante do V. Guimarães. Salvio abriu caminho para o primeiro golo, Jonas marcou e assistiu no triunfo encarnado no D. Afonso Henriques.

Competente e com critério, o conjunto de Rui Vitória somou o sétimo triunfo consecutivo, feito inédito esta época, confirmando o bom momento e mantendo, pelo menos, distâncias para os concorrentes diretos. Há cinco meses que o Vitória não perdia em casa. Desde a primeira jornada. Os encarnados resolveram a questão na primeira parte.

Longe de brilhante, o jogo teve bons momentos, esporádicos, e ficou marcado pela enorme confusão no segundo golo das águias, a terminar a primeira parte.

Uma questão de critério

Pedro Martins prometeu um V. Guimarães de cariz ofensivo e Soares precisou apenas de 54 segundos para esboçar o primeiro remate do encontro, um claro sinal de que os minhotos pretendiam discutir o jogo e fazer jus às declarações do técnico. O conjunto vimaranense entrou aguerrido, muito pressionante a dificultar a construção de jogo encarnada, conseguindo várias recuperações de bola cirúrgicas que abriram boas perspetivas atacantes.

Mas, faltou critério na hora de decidir o último passe ao Vitória. Foi precisamente esse critério que fez a diferença na área adversária. Com Jonas e Salvio no onze, assinalando-se o regresso do avançado brasileiro ao onze do Benfica na presente edição da Liga, foi a dupla de regressados a servir a primeira dose de critério aos vimaranenses.

Salvio desequilibrou na direita, ultrapassando Konan com um túnel já no interior da área, passando depois atrasado para o brasileiro abrir o ativo ao encostar para o fundo das redes com um remate colocado, que ainda bateu no travessão antes de acabar nas malhas da baliza à guarda de Douglas. Resposta encarnada ao ímpeto vitoriano e à contrariedade que tinha tido minutos antes, com Fejsa a ser substituído por Samaris logo aos 17 minutos.

Parada e resposta, mais emotividade do lado do Vitória, mais eficiência no conjunto de Rui Vitória, com Pizzi no miolo a servir de interligação entre os setores do Benfica, dando mais capacidade à posse de bola a equipa que viajou de Lisboa.

Confusão a acabar a primeira parte

O segundo do Benfica, a escassos minutos do intervalo, chegou com confusão à mistura e com muitos protestos dos vimaranenses. Lindelof travou Soares em falta no meio campo: agarrou o avançado do Vitória. Mas Nuno Almeida deixou seguir dando lei da vantagem. Contudo, o Benfica recuperou rapidamente a bola e chegou ao golo com o atacante da equipa da casa no chão.

Lance rápido, Jonas serviu Mitroglou e foi o grego, à entrada da área, a rematar em jeito para fora do alcance de Douglas, a fazer o segundo, emprestando tensão ao encontro. De nada valeram os protestos da turma vimaranense. Nuno Almeida deu cartolina amarela a Lindelof pela falta na fase inicial da jogada e os encarnados praticamente resolveram o encontro na primeira metade.

A segunda parte iniciou-se com o V. Guimarães a fazer o que lhe competia: tentar marcar por forma a importunar um Benfica tranquilo com uma margem confortável e, dessa forma, reentrar no jogo. Hurtado teve uma perdida incrível logo nos instantes iniciais, Ederson manteve a baliza a zeros pouco depois a travar com estrondo um remate de Hernâni.

Faltou pontaria afinada ao V. Guimarães para evitar a derrota, valeu um Ederson seguro na baliza e a maturidade da equipa de Rui Vitória para gerir sem grandes sobressaltos a fase final do encontro, passando com personalidade num terreno difícil.

Mantém-se o palco e os intervenientes, terça-feira há novo confronto entre os dois conjuntos, desta feita para decidir quem marca presença na Final 4 da Taça da Liga. Uma espécie de final em que o empate serve ao Benfica e em que só o triunfo serve ao Vitória.