Série negativa interrompida com recurso à tradição: o V. Guimarães da era Peseiro conseguiu o primeiro triunfo ao bater o Desp. Aves (2-1) com um bis de Hurtado. Num duelo entre vizinhos prevaleceu o histórico, os avenses continuam sem saber o que é vencer o V. Guimarães no principal escalão do futebol português e nem o melhor momento de sempre na Liga ajudou a inverter a tendência.

Há cinco jogos sem perder, com a saída de Pedro Martins do comando técnico pelo meio, a equipa da Cidade Berço precisava urgentemente de um triunfo, até para dar mais tranquilidade ao assimilar de ideias de José Peseiro. Um contexto diferenciado do Aves, que apesar de vir de uma derrota na Luz, não somava qualquer derrota nos últimos seis jogos.

Com uma pequena revolução no onze, alterando cinco elementos em relação à derrota em Portimão, os vimaranenses começaram praticamente a vencer. Hurtado bateu Facchini da marca dos onze metros ao concretizar um castigo máximo a punir falta de Amilton sobre Rafael Martins, emprestando tranquilidade a uma equipa que precisava desse estigma.

Pedrão e Jubal regressaram ao eixo da defesa, o Vitória aparentava ser uma equipa tranquila e ia controlando o encontro. Depois de marcar Hurtado atirou ao ferro, ainda na primeira metade, conferindo maior perigo à equipa sua casa. Isto perante um Desp. Aves sempre organizado e audaz.

A velocidade Amilton e de Nildo iam causando calafrios, o momento do V. Guimarães não dava para mais e colidiu, de certa forma, com a intenção de Peseiro ver a equipa a sair a jogar. A juntar isso à pressão do Aves num dos erros do V. Guimarães no setor mais recuado o Aves chegou, com justiça, à igualdade. O conjunto de José Mota mostrava personalidade, trocava o esférico com critério acabou a primeira parte por cima, esboçando vários remates.  

Depois do período de descanso o Vitória foi mais acutilante e chegou à vantagem com um novo golo de Hurtado. Novamente na sequência de um lance de bola parada, na ressaca de um canto, Heldon serviu o peruano para bater Facchini ao segundo poste, carimbando o triunfo a vinte minutos do fim.

Os derradeiros instantes do encontro foram dramáticos, José Mota e Flávio Meireles foram expulsos por protestos dos bancos de suplentes e os nervos estiveram à flor da pele com várias quezílias. O V. Guimarães conseguiu segurar o triunfo, o primeiro de Peseiro no comando técnico a pôr fim a uma série de cinco jogos sem vencer.

O Desp. Aves somou o segundo desaire consecutivo em duas saídas, vendo a linha de água aproximar-se. Triunfo difícil, mas justificado do V. Guimarães, foi mais perigoso apesar de o Aves ter dominado partes do jogo. A tradição ainda é o que era e os vimaranenses voltaram a superiorizar-se aos avenses.