A FIGURA: Maazou
A torre de ébano do Vitória voltou aos golos. Em posição legal, aproveitou um primeiro remate para encostar com calma para a baliza de Helton. É um atacante difícil de marcar. Pela morfologia corpulenta e pela forma como a aproveita para proteger a bola. Trabalha, trabalha, dá tudo. Foi dele, também, a assistência preciosa para o golo de Marco Matias. Parece decidido a voltar ao bom nível da primeira fase da época, apesar de ter desperdiçado uma mão cheia de oportunidades.

NEGATIVO: Abdoulaye, a dar barraca
A expressão é exagerada, caricatural, mas encontra eco no desejo assumido publicamente por Rui Vitória para o jogo. O central do FC Porto colocou Maazou e Marco Matias em jogo nos golos do Vitória. Além disso, exagerou na retenção de bola em alguns momentos e falhou também vezes a mais no passe. Uma noite negativa no regresso à Cidade-Berço, como o seu anterior treinador desejava.

MOMENTO DO JOGO: minuto 45, Maazou reduz
O FC Porto parecia confortável no jogo, a fruir uma vantagem de dois golos. Num instante, a serenidade dos dragões ruiu por completo. Permitiu ao Vitória reduzir em cima do intervalo e ir para o descanso a acreditar que, afinal, era possível chegar aos pontos. O 2-1 fez toda a diferença.

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OUTROS DESTAQUES:

Ghilas
Por mais que se valorize a qualidade (imensa) de Jackson, parece-nos impossível perceber como Ghilas chegou a Guimarães com 61 minutos de utilização na Liga. O argelino é de uma utilidade tremenda, mesmo sem ter o instinto assassino do colombiano. É dele o remate que antecede o golo de Licá, mas já antes tinha aparecido num par de ocasiões a atormentar os centrais vitorianos. Um poço de força, mais confiante por força do golo em Frankfurt, Ghilas justificou plenamente a primeira presença na equipa inicial. Pena ter finalizado tão mal aos 66 minutos, praticamente na cara de Douglas.

Licá
No golo teve só de encostar para a baliza deserta, sem qualquer oposição, mas os méritos de Licá em Guimarães não se esgotam nesse lance. Solto e agressivo, Licá esteve muito participativo, fez um par de cruzamentos e até ao intervalo foi um dos melhores. Voltou a falhar em pormenores importantes, nomeadamente na receção a alguns passes longos. E isso faz toda a diferença.

Carlos Eduardo
Sofreu a grande penalidade e teve três/quatro arrancadas a fazerem lembrar o jogador explosivo de dezembro e janeiro. A lesão abrandou-lhe a progressão, mas quando estiver bem fisicamente será novamente muito importante. Nota positiva em Guimarães, embora tenha passado demasiado tempo sem a bola nos pés.

Alex Sandro
Primeira parte fantástica, a romper pela esquerda e a passar sempre que quis pelos oponentes diretos. O brasileiro esteve, durante esse período, ao nível da época passada. Baixou abruptamente no segundo tempo, porventura desgastado, ou apenas afetado pelo golo de Marco Matias. O extremo surge entre Abdoulaye e Alex Sandro antes de bater Helton.

André André
Filho de um monstro sagrado na história do FC Porto, o médio do Vitória tem um ADN abençoado. Energia inesgotável, qualidade com a bola nos pés e inteligência. Está mais estável emocionalmente e a jogar como nunca. É fantástica a forma como ultrapassa Abdoulaye e serve Maazou aos 70 minutos. Com ele em campo, o Vitória tem outra dimensão, superior.

Douglas
O guarda-redes do Vitória não leva nota superior porque foi precipitado e inconsciente na falta que originou o penálti do FC Porto. Depois fez um excelente jogo, sem reparos.