Perante mais de 22 mil pessoas no Estádio D. Afonso Henriques, o Vitória de Guimarães recuperou o quinto lugar da classificação ao sair por cima do duelo minhoto com o Gil Vicente. O triunfo, pela margem mínima, foi arrancado a ferros com o golo a surgir quando já passavam três minutos para lá dos noventa.

Na despedida em casa dos vimaranenses esta temporada, o jogo acabou por ser o espelho da época. Muita crença, muita luta e a transpiração a aparecer quando a inspiração não se fez sentir. Esta tarde o filme foi este: a equipa de Moreno foi a única a querer tirar dividendos do jogo, mas a inspiração nem sempre esteve presente.

Foi, por isso, um triunfo cavado nos descontos com o banco a render juros para recuperar o quinto lugar que tinha sido perdido, à condição, para o Arouca. Zé Carlos e Anderson, lançados na segunda metade, fabricaram o golo do triunfo, no terceiro de onze minutos de compensação.

Sem argumentos para fugir aos contratempos

Numa primeira metade acidentada, em que Moreno foi forçado a fazer duas substituições – trocando os dois laterais devido a problemas físicos – Vitória e Gil Vicente dividiram momentos em que conseguiram aproximações promissoras à área adversária com momentos de marasmo.

Nesse limbo, ainda com objetivos intactos, foi o Vitória quem assumiu as despesas do jogo. O que não impediu que, com uma pressão forte, o Gil Vicente não tivesse domínio em determinadas fases do jogo. O conjunto de Daniel Sousa condicionou a saída do conjunto do Moreno, recuperando várias vezes a bola em zonas adiantadas.

Quando conseguiu ultrapassar a pressão, o Vitória teve capacidade para criar perigo, mas faltou eficácia na finalização para fazer a rede abanar.  Jota atirou uma bola ao ferro, logo nos instantes iniciais, e André Silva e Bamba atirar a rasar o poste com cabeceamentos que prometiam mais nos principais lances da primeira metade.

Uma volta depois, Anderson voltou a ser feliz

O evoluir do cronómetro não alterou o figurino. Tranquilo no jogo, o conjunto de Barcelos manteve-se equilibrado, impondo o seu ritmo pausado perante um Vitória que não demonstrar capacidade para se impor de forma cabal em busca de um triunfo – obrigatório – para recuperar o quinto lugar perdido na véspera para o Arouca.

Alguns lances fugazes, principalmente por Jota Silva e André Silva, iam constituindo os lances da maior montra da equipa de Moreno. Curto, ainda assim, para abanar com a organização gilista. Várias entradas das equipas médicas em campo condicionaram ainda mais o jogo, arrastando o nulo no marcador. Os minutos finais foram mais emotivos. A crença do Vitória, nem sempre com critério, fez a equipa da casa correr pelos três pontos.

No meio do desespero, que ia tirando discernimento, e numa fase em que o Gil Vicente estava completamente alheado do jogo, o Vitória foi feliz por intermédio de Anderson. Zé Carlos faz o passe, ao fazer o corte Tomás Araújo esbarra a bola no avançado brasileiro, acabando por dar o golo do jogo.  O Estádio D. Afonso Henriques entrou em ebulição com o quarto triunfo consecutivo dos vimaranenses, inédito esta temporada. Com este triunfo o Vitória regressa ao quinto lugar, sendo que apenas na derradeira jornada vai ficar selado.