O Vitória de Guimarães empatou no Bessa e Luís Castro não saiu satisfeito. Essa é a ideia mais forte da noite vitoriana, mas por trás do 0-0 há um sem número de questões táticas e estratégicas na manga dos treinadores.

Luís Castro explicou na sala de imprensa aos jornalistas, e por inerência aos adeptos vitorianos, as opções tomadas no Bessa. Falou de futebol como raramente se vê em Portugal.

Explicou, por exemplo, o lançamento do extremo Hélder Ferreira, que chegara sem minutos a este jogo.

«Já existia largura na nossa equipa antes de entrar o Hélder Ferreira. A grande diferença para outros jogos, começando pelo meio-campo, é que o Tozé queima linhas em condução e o Mattheus não queima linhas, não tem essa característica. Foi com o Tozé a jogar na ala que vencemos no Dragão, lembram-se? Meti o Hélder para dar uma nuance à equipa. Antes, quis que o Tozé atraísse adversários e criasse linhas de passe», explicou Luís Castro.

Mas disse mais. «Jogámos muito tempo com uma construção a três, com o Wakaso entre os centrais a iniciar o processo ofensivo. Eu quis que os médios alimentassem o jogo interior e também a projeção do Sacko e do Rafa, os laterais», continuou o técnico, apenas insatisfeito com a ineficácia na hora mais importante.

«O Guedes [ponta-de-lança] também fez um bom trabalho de pivô, mas não há equipas perfeitas. O futebol é feito de eficácia. No passe, no desarme… fomos eficazes em tudo, mas não no momento de finalizar. E há um lance em que podia ter havido penálti, pois o defesa do Boavista aumenta a volumetria do corpo. Normalmente esses lances marcam-se. Os árbitros também têm o direito de falhar.»

De forma resumida, Luís Castro diz que sai com «um sentimento de desilusão». «Fomos claramente superiores em tudo. Mas não chegámos aos três pontos. Há jogos em que saímos e o ponto satisfaz minimamente, mas neste caso não. Mostrámos enorme ambição, tivemos sempre a baliza do adversário como alvo.»

«Na segunda metade aumentámos a qualidade. Na primeira parte quisemos finalizar demasiado rápido, mas na segunda aparecemos com quatro/cinco homens para finalizar. O Boavista não se limitou a defender, também atacou, mas sempre com menos unidades. O Boavista teve um bom pontapé, para uma boa defesa do Douglas.»

Ola John saiu da equipa por lesão e, segundo Luís Castro, terá agora de trabalhar muito para voltar.

«O Ola John terá de trabalhar para reentrar. No Vitória está instalada a meritocracia. Se trabalhar de forma superior aos colegas, joga.»