Nove jornadas depois, o Paços de Ferreira voltou a vencer para a Liga, cumpriu a tradição de fazer bons resultados em Guimarães (onde até tem vantagem no confronto direto) e ultrapassou o Vitória na luta pelos lugares europeus.

A batalha de hoje no D. Afonso Henriques ajuda na conquista da Europa, mas a contenda é longa, sobretudo considerando que o sexto lugar deverá chegar. Neste momento, é o Rio Ave que esse posto, mas o Paços fica a um ponto e o Vitória a dois, apesar de já não vencer há seis jornadas.

Jorge Simão repetiu a equipa da última jornada, Sérgio Conceição decidiu inovar e optou pelos macios Rosell e João Teixeira para segurarem as pontas no meio-campo defensivo onde habitualmente jogam Cafú (de fora por castigo) e Saré (que ficou no banco).

FILME DO JOGO

Na frente Hurtado tomou o lugar de Valente pelo lado esquerdo do ataque e o 4-2-3-1 das duas equipas encaixou melhor pelo lado dos castores, que antes que tal se pudesse verificar já estavam em vantagem: logo aos três minutos, Fábio Cardoso apareceu sozinho na área para desviar de cabeça um canto de Pelé perante a passividade da defesa vitoriana.

Se o encontro entre duas equipas que sabem jogar bom futebol já era prometedor, o início de jogo prometia animar ainda mais o duelo desse final de tarde no Afonso Henriques.

Prometia, mas ficou-se por isso. A primeira parte foi uma batalha dura, mas teve pouco de futebol e terminou com a expulsão de João Teixeira por entrada sobre Minhoca. Um exagero habitual no árbitro João Capela.

Sobre os primeiros 45 minutos sublinhe-se ainda um dado inusitado: uma mão cheia de jogadores do Paços assistidos, com direito a respetiva paragem no jogo, e Fábio Martins a sair lesionado a meio da primeira parte (substituído por Edson) por entrada dura de Rosell.

DESTAQUES: Pelé hoje foi um «reizinho»

Prometia bom futebol este jogo que começou logo animado, mas na primeira parte houve pouco disso. O jogo foi um pouco mais aberto na segunda, por força de o Vitória estar a jogar com menos um e ter de procurar o empate.

Josué, Dourado, Raphael e Valente até tiveram nos pés o golo do empate, mas as melhores oportunidades acabaram mesmo por ser do Paços. Sobretudo a de André Leal, assistido por Diogo Jota, que falhou (aos 63’) o desvio de baliza aberta… O Paços não matou o jogo aí, tal como perdeu essa oportunidade quando Manuel José picou a bola sobre Miguel Silva, enviando-a à trave, ou quando Diogo Jota rematou forte contra o guardião vimaranense já em cima dos 90.

No final de contas, acabou por ser o golo madrugador dos pacenses a fazer a diferença num jogo muito duro, com oito cartões (um vermelho), demasiadas paragens (mais de uma mão cheia) e um jogador (Fábio Martins) a ter de sair lesionado a meio da primeira parte.

Hoje em Guimarães, mais do que um jogo houve uma batalha. A Europa também obriga a pelejas deste calibre.