Depois da tempestade, os tempos parecem ser de bonança em Vila do Conde. O Rio Ave venceu o segundo jogo consecutivo na era Miguel Cardoso, saindo vitorioso do D. Afonso Henriques com uma grande dose de pragmatismo (1-3).  

Os rio-avistas puseram em campo a arte do contragolpe, e mesmo com uma postura retraída, convidando o adversário ao erro, aos 32 minutos já venciam por duas bolas a zero. Carlos Mané, Camacho e Dala, o trio da frente, impuseram a sua velocidade e trataram de mexer com o marcador.

Assumindo as rédeas do jogo mas sem soluções, sendo os cruzamentos de Quaresma previsíveis e de fácil resolução, até Bruno Varela se juntou à noite cinzenta do Vitória, oferecendo o terceiro aos vila-condenses no segundo tempo, numa fase em que os vimaranenses tinham um golo de desvantagem e ameaçavam entrar no jogo.

Contragolpes letais em nove minutos

O Vitória de Guimarães começou por dominar o jogo, entrou com maior predisposição para assumir as despesas do encontroo e procurar com mais afinco a baliza adversária. Em contraponto, o Rio Ave não se envergonhou a baixar linhas e esperar pelo erro do adversário.

Foi exímio nessa estratégia a equipa de Vila do Conde, marcando dois golos em nove minutos com processos simples e letais. Mané fez o primeiro ao minuto 23, isolado por Dala após uma recuperação de bola cirúrgica.

Nove minutos depois Dala voltou a estar letal no passe, isolado desta vez Camacho para, de um forma pouco previsível, deixar os vila-condenses a vencer por duas bolas a zero quando estava decorrido pouco mais de meia hora.

Oferta a travar reação

Foi completamente envolvido na teia rio-avista o Vitória, que se expôs ao erro de um Rio Ave que parecia algo alheado do jogo, esperando apenas pelo momento certo, pela desorganização adversária, para criar perigo de forma repentina.

Apenas de penálti o Vitória teve astucia para relançar o jogo, ao punir falta de Filipe Augusto sobre André André. Quaresma foi o batedor, apenas à segunda, na recarga, abanou com as redes e reabriu o jogo. Foram poucos minutos, mas o Vitória realmente mostrou que podia lutar por pontos.

Mas a vantagem durou apenas quatro minutos. Quatro minutos depois Varela cometeu um erro gigante e deu a Dala a chave do jogo, permitindo ao Rio Ave fazer o terceiro e, aí sim, selar o triunfo para os vila-condenses, que vencem pela segunda jornada consecutiva, passando a estafeta do mau momento à equipa vimaranense.