Em jeito de serenata à chuva, o V. Guimarães produziu, em parte, um espectáculo refinado na receção ao Santa Clara. Venceu por duas bolas a zero atingindo o seu objetivo, a espaços produziu futebol de qualidade e regressa aos triunfos depois de dois empates, ultrapassando o Santa Clara na tabela classificativa.

Davidson com uma cabeçada fulminante abriu o ativo na primeira parte, a dez minutos dos noventa André André transformou um castigo máximo e evitou o assalto final do Santa Clara, deixando os três pontos na Cidade Berço e confirmando a tradição histórica de os insulares nunca terem conseguido qualquer pontos em Guimarães.

Há três meses que o Santa Clara não perdia fora de portas, averbou o segundo desaire consecutivo depois da derrota com o Sporting da última jornada. Em sentido inverso o V. Guimarães soma três meses sem perder no D. Afonso Henriques, somando o sexto jogo sem perder.

Repentismo valida processo

Sem perder há cinco jogos mas procurando voltar a um triunfo que foge há três jornadas, o Vitória entrou destemido frente ao Santa Clara. Rubricou uma primeira parte de luxo, 45 minutos dos melhores da época, dominou em toda a linha o encontro e a espaços demonstrou futebol vistoso.

Está cada vez mais oleada a proposta de jogo de Luís Castro; perante um conjunto açoriano que tem surpreendido o Vitória assumiu as rédeas do jogo, transportou a ação quase que exclusivamente para o seu meio campo de ataque e limitou a manobra do Santa Clara.

Osorio atirou ao ferro de cabeça a ameio da primeira parte num pronuncio de um golo que se anunciava do Vitória. Curiosamente, contrariando um futebol rendilhado e de posse, foi um lance rapidíssimo e com pouco labor a validar no resultado o domínio dos vimaranenses.

Recuperação de bola de Osorio à entrada da sua área, a ganhar terreno para lançar Guedes no lado direito com o avançado a galgar metros até ao momento exato para servir Davidson. O brasileiro acompanhou o lance e com um mergulho convicto fez abanar as redes.

Castigo máximo antecipa sentença

A segunda parte foi, forçosamente, diferente. O Santa Clara correu atrás do prejuízo e respondeu, estendendo o jogo até mais perto da baliza à guarda de Douglas. O V. Guimarães não deixou de procurar novo golo, mas com naturais cautelas e sem se expor em demasia.

Bolas despejadas para a área de um lado e de outro, alguns rasgos quer do Vitória de Guimarães quer do Santa Clara, mas sem que qualquer um dos conjuntos fosse cabalmente superior. Com o evoluir do cronómetro o Santa Clara cresceu no terreno a meias com o recuar da equipa da casa.

Adivinhavam-se minutos finais de domínio açoriano, mas um castigo máximo antecipou a sentença do jogo. César derrubou Tozé e na grande penalidade André André bateu Marco e carimbou o regresso aos triunfos do Vitória.

Triunfo justo do Vitória de Guimarães, numa notória subida de rendimento do conjunto de Luís Castro.