Em duelo de Vitórias, o de Guimarães foi quem mais fez jus ao nome e venceu o de Setúbal (3-1) com três grandes golos, gestos técnicos irrepreensíveis, a destoar de um jogo amorfo e em que em largos períodos arrancou bocejos.

João Pedro, Raphinha e Hernâni emprestaram pormenores de classe ao encontro, apontando os golos que bateram um V. Setúbal que apenas teve capacidade de reação à primeira desvantagem, mostrando-se pouco audaz para além dessa fase do encontro.

Seguindo a velha máxima que diz que em equipa que ganha não se mexe, Pedro Martins e José Couceiro, vindos de dois triunfos na Liga, apostaram, portanto, no mesmo onze da última jornada, mas a estratégia não deu frutos a nível exibicional, com os dois emblemas a demorarem a encontrar soluções.

Cautelas e pouco espaço

Vimaranenses e sadinos iniciaram o jogo com cautelas redobradas, a jogar com margem mínima de erro e a encurtar espaços de forma a precaver rasgos individuais das unidades mais criativas do adversário.

O V. Guimarães foi o primeiro a conseguir soltar-se das amarras, com um lançamento em profundidade a encontrar o espaço que estava a faltar. Bruno Gaspar isolou Marega nas costas de defesa, o maliano tentou o chapéu, mas não chegou a criar perigo, uma vez que Varela agarrou sem problemas.

Dois minutos depois da meia hora, João Pedro disparou contra a monotonia. O médio aproveitou a deixa de Hurtado, rematando forte e colocado à flor da relva a bater o guarda-redes do V. Setúbal. O golo da equipa da casa foi o único momento de destaque numa primeira parte pouco produtiva e em que imperou o encaixe tático.

Raphinha responde a Edinho

Precisavam de fazer mais os dois Vitórias, com a responsabilidade a passar para o lado dos forasteiros, em virtude da desvantagem no marcador. A primeira resposta do conjunto de José Couceiro fez-se sentir ao minuto 57, na sequência de um lance de bola parada, com Douglas a ter de se aplicar para parar um remate de Mikel.

Parecia percorrer-se o mesmo guião dos últimos jogos caseiros do V. Guimarães, que não foi capaz de segurar a vantagem, acabando por perder pontos. Edinho saltou mais alto do que toda a gente na área na sequência de um lance de bola parada, a fazer gelar o D. Afonso Henriques.

Durou, contudo, pouco tempo o empate. Os minhotos responderam de forma enérgica, subjugando o adversário naquela que foi a melhor fase do encontro. Bruno Gaspar teve mais uma das suas arrancadas, Raphinha aproveitou vindo de trás para rematar de forma aparatosa de primeira para o segundo.

Hernâni de pazes feitas

Bom momento do V. Guimarães, que acusou o empate, partindo para cima dos sadinos, sendo que para isso muito contribuiu as entradas em campo de Bernard e Hernâni. Foi precisamente Hernâni a por uma pedra sobre o assunto, apontando o terceiro do Vitória com um remate cruzado quando faltavam dez minutos para o final do encontro. Pazes feitas com o público depois do desentendimento do jogo da Taça de Portugal.

Pouco fôlego do V. Setúbal, que apenas ousou subir no terreno de forma organizada e com mais elementos na segunda metade quando estava em desvantagem, não aproveitando os deslizes para subir na tabela.

Triunfo justo da equipa da Cidade Berço, essencialmente pelo que as suas individualidades conseguiram fazer, com grandes golos a desnivelar o marcador. O conjunto vimaranense sobe provisoriamente ao quarto lugar.