Vitória, Vitória, acabou-se o capítulo 23.º da história da Liga: e ninguém se ficou a rir.

No Bonfim, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães defrontaram-se este sábado à noite em fases bem distintas na temporada, mas ninguém levou a melhor. Um golo e um ponto para cada lado.

Os sadinos, sem vencer há 16 jogos, procuravam o triunfo para ganhar uma almofada de conforto maior nos lugares de salvação. Por isso mesmo, Sandro mudou três peças em relação à derrota no Dragão (saíram Cristiano, Éber Bessa e Mendy; entraram Marakidze, Tiago Castro e Sekgota), mas a nova fórmula demorou a surtir efeito.

VITÓRIA DE SETÚBAL-VITÓRIA DE GUIMARÃES: FICHA E FILME DO JOGO.

No lado do conjunto de Guimarães, Luís Castro não mexeu em relação à vitória frente ao Portimonense, na última partida, e os vimaranenses acabaram por entrar melhor na partida.

À boleia da faixa esquerda da equipa, conduzida por Rafa Soares e Davidson, os conquistadores foram conseguindo impor o ritmo de jogo, mas sem conseguir causar grandes estragos junto de Makaridze.

O V. Setúbal, por seu turno, mostrava-se relativamente confortável com a entrega das rédeas do jogo ao adversário, mas sempre com as armas «afiadas» para tentar invadir o Castelo de Guimarães de contra-ataque.

Apesar das poucas oportunidades de golo na primeira parte, foi em cima do intervalo que o Vitória de Guimarães se colocou em vantagem.

Mais uma vez com o lado esquerdo em destaque, Rafa Soares combinou com Joseph e Davidson e este último entregou a bola a Mattheus, que marcou pela segunda jornada consecutiva e levou os homens de Luís Castro a sorrir para os balneários.

Sandro, insatisfeito com a exibição da sua equipa no primeiro tempo, trocou Sekgota por Mendy e o Vitória sadino cresceu.

Muitas vezes através de um jogo mais físico, é certo, mas a formação de Setúbal arregaçou mangas e foi para a luta, que qualquer ponto nesta altura urge.

Mendy e Cádiz – sempre ele – começaram a ameaçar aqui e ali a baliza de Douglas, mas foi o Vitória de Guimarães a estar mais perto do golo.

Aos 60 minutos, Davidson protagonizou uma grande jogada individual e atirou fortíssimo ao poste, fazendo tremer as hostes sadinas, que a partir daí, sim, foram à procura do golo do empate.

Pouco depois, Mendy fez mesmo o 1-1, num lance invalidado depois pelo VAR, mas o tento setubalense surgiu mesmo, e com dupla penalização para os forasteiros.

Cádiz – quem mais, não é verdade? – ganhou um penálti, que acabou com a expulsão de Pedrão, e converteu ele mesmo com muita classe, resgatando um ponto à turma da casa.

Um jogo nem sempre bem jogado, é verdade, mas intenso, e que acabou com dois sorrisos amarelos. O Vitória de Setúbal conquista um ponto precioso na luta pela permanência, depois de ter estado a perder. Já o Vitória de Guimarães perde terreno para o Moreirense na luta pela Europa, mas acabou por garantir também um ponto, mesmo em inferioridade numérica.