O Benfica anulou uma falsa partida e conseguiu retomar a dianteira, mas nesta 30ª etapa da maratona que é a Liga andou aos tropeções e por pouco não acabou mesmo de queixo caído no chão.

A equipa de Rui Vitória reagiu com alma a uma distração inicial mas depois foi incapaz de manter um ritmo sólido e andou aos solavancos, perante um Vitória que ao cair do pano podia ter surpreendido mas deslumbrou-se com tamanha oferta.

Porventura surpreendido com a aposta sadina em três centrais, o Benfica abriu uma autoestrada no lado esquerdo da defesa, explorada por Gorupec e cobrada por André Claro, que deu vantagem ao Vitória com apenas treze segundos de jogo (!!).

Embalado pelo apoio imediato do público, o Benfica partiu para uma reação asfixiante. Só descansou quando deu a volta ao marcador, o que conseguiu com relativa rapidez. Jonas fez o empate aos 19 e Jardel deu vantagem à equipa da casa quando estavam cumpridos 24 minutos.

A reviravolta até podia ter sido mais rápida, na verdade, tal a intensidade do caudal ofensivo do Benfica nesse período, traduzido numa mão cheia de oportunidades claras. Ainda que na retaguarda equipa de Rui Vitória tenha mostrado, aqui e ali, uma intranquilidade pouco habitual, a ponto de André Claro ter ficado perto do «bis» quando o Vitória estava ainda em vantagem no marcador (15m).

A Luz com o coração nas mãos

Em vantagem no marcador o Benfica teve necessidade de baixar o ritmo alucinante, mas foi incapaz de gerir a posse de bola e acabou por sofrer os efeitos da forma intensa com que reagiu ao golo sofrido.

O Vitória percebeu isso ainda antes do intervalo, e na etapa complementar conseguiu dividir o jogo com o Benfica, mesmo sem prescindir dos três centrais. Logo no início da segunda parte a equipa visitante teve três situações de perigo junto à baliza de Ederson, que chegou a ter de sair aos pés de Ruca para evitar males maiores.

Estranhamente nervoso, o Benfica respondeu quase exclusivamente de bola parada, sempre com Jardel em evidência. Foi num lance em que Fejsa obriga Ricardo a mais uma boa defesa, e mais tarde com o próprio central brasileiro a tentar o «bis».

O jogo terminou com a sensação de que o empate esteve mais próximo do que o terceiro golo encarnado, até porque o Benfica tinha o coração nas mãos quando ouviu o apito final, depois de um mau atraso de Pizzi que isolou Arnold Issoko. Valeu Ederson a desarmar com o pé o avançado congolês, que foi inconsolável para o banco da equipa sadina, que somou o 11º jogo sem vencer.