Daniel Ramos, treinador do Boavista, em declarações na sala de imprensa do Estádio do Bessa, após a vitória por 3-1 frente ao V. Setúbal, em jogo da 27.ª jornada da Liga:

«Na primeira aproximação com perigo concretizámos, ao contrário do jogo com o Moreirense. Não marcámos e tivemos muito caudal ofensivo. Com bem menos, hoje fizemos três golos. Depois de marcarmos cedo, houve algum excesso de responsabilidade. Pesou o facto de marcar cedo e de ter de continuar a assumir a bola e de ter mais dinâmica. E ao não conseguir fazê-lo, por mérito do Vitória, a equipa sentiu.

O intervalo foi importante para ajustarmos. Houve erros de posicionamento da equipa e a primeira parte foi um pouco fora do nosso controlo. Melhorámos na segunda parte, fomos mais sólidos e fortes na saída para o ataque. A equipa esteve muito bem nesse aspeto e criou perigo. A espaços, teve bola. O 2-0 permitiu à equipa relaxar, mas ao mesmo tempo perceber que o jogo não estava acabado. O Vitória acreditou, fez o 2-1 e trouxe incerteza. Nesse momento tivemos de saber controlar o jogo, sofrer e espreitar a possibilidade de chegar ao 3-1. Foi o que aconteceu. Acho o resultado exagerado.»

[Vitória deixa o Boavista tranquilo]:

«Aquilo que desejávamos era precisamente não chegar aos últimos jogos com alguma incerteza. Não tenho os dados aqui, mas acho que o Boavista não chegou tão cedo aos 35 pontos e tranquilo a esta fase. Foi uma época tranquila e dá possibilidade de o Boavista se afirmar como uma das boas equipas do campeonato, a praticar bom futebol e a valorizar jogadores. Acho que temos jogadores muito valorizados. O Cardozo fez a estreia a titular, teve uma assistência. Ainda é júnior e hoje foi titular. Estamos a valorizar os ativos para que o clube possa responder às exigências das épocas. É uma satisfação para mim contribuir.»

[Ausência de Neris no dia em que foi oficializada a sua saída do clube]:

«Ainda bem que fez essa pergunta. Pode parecer que não jogou por causa disso. Disse que na antevisão que ele estava tocado. Ficou com uma mazela do jogo em Braga. Em caso de dúvida, não o utilizei. Essa foi a última razão. Era importante termos capacidade de resposta, depois de pouco tempo de recuperação e contar com os jogadores a 100 por cento quer a nível mental, quer físico.»