Figura: Zé Luís

Aquando da possibilidade de o FC Porto o contratar, muitos torceram o nariz ou reviraram os olhos. No entanto, o cabo-verdiano chegou, adaptou-se e desatou a marcar golos. Fez um hat-trick esta noite, depois de já ter marcado ao Krasnodar. O avançado conseguiu algo invulgar na carreira: um golo de pé direito, abrindo o marcador. Logo depois, Zé Luís assinou o 2-0 de cabeça e repetiu a dose na etapa complementar após falha de Makaridze. O internacional por Cabo Verde soube jogar em apoios, deu sempre a melhor sequência aos lances e movimentou-se de forma inteligente. Teve, portanto, uma noite em cheio. Tem quatro golos em três jogos, já merece a alcunha de Zé golo?

Momento: minuto 20, um mergulho para a vitória

O Vitória de Setúbal tinha acabado de assustar Marchesín, ficando muito perto da igualdade. Dois minutos após a oportunidade sadina, Zé Luís aumentou a vantagem azul e branca e praticamente resolveu o encontro. Livre cobrado por Alex Telles, Pepe desviou no coração da área para o segundo poste, onde o cabo-verdiano surgiu a cabecear para o 2-0. 

Outros destaques:

Uribe: parece que está na equipa há anos. O colombiano esteve sóbrio na saída de bola – foi quem mais vezes iniciou a construção a partir de trás – e apresentou uma disponibilidade incrível para pressionar alto. O ex-América foi, aliás, quem iniciou a jogada do golo inaugural ao recuperar a bola à saída da área adversária. Tem um pulmão impressionante. Faltou apenas a Uribe participar mais nas jogadas ofensivas, ainda que tenha feito uma estreia bastante interessante.

Luis Díaz: o internacional colombiano não esteve a um nível tão alto como contra o Krasnodar. Ainda assim, mostrou a irreverência e a velocidade que possui. Nota-se que está a crescer: nem sempre partiu para o drible e não raras vezes respeitou o movimento dos colegas. Luchito fechou a goleada azul e branca, marcando pelo segundo jogo seguido. Está a crescer a olhos vistos.

Alex Telles: passam-se as épocas e o brasileiro mantém a mira afinadíssima. O lateral teve níveis de concentração elevada durante todo o jogo e esteve seguríssimo a defender. Ofensivamente cansou vê-lo correr pela lateral, sobretudo na primeira parte. Telles fez assistência e meia para dois dos três golos de Zé Luís. 

Makaridze: pese embora a saída em falso no lance que resultou no 3-0, o georgiano foi o melhor elemento do Vitória no Dragão. Não teve hipóteses de defesa no primeiro, segundo e quarto golos e foi capaz de impedir outros tantos. Que o digam Soares, Danilo ou Baró.

Marchesín: guarda-redes de equipa grande deve corresponder nas poucas vezes que é colocado à prova, certo? O argentino é guarda-redes de equipa grande, sem dúvida. Pouco ou nada teve para fazer quando impediu, com uma mancha, o golo de Hachadi na primeira parte, conservando na altura a vantagem mínima do FC Porto. Porém, o momento alto de Marchesín estava reservado para o quarto de hora final. O internacional argentino fez a mancha sobre Hachadi e esticou-se todo para travar a recarga de Éber Bessa. Verdadeiramente incrível.