O Marítimo consolidou este domingo o 6.º lugar da I Liga após vencer, por uma bola a zero, o Vitória de Setúbal. A equipa de Daniel Ramos somou a décima vitória no campeonato e já não sabe o que é perder há dez jogos...

Sobre o relvado do “Caldeirão” evoluíram duas equipas em situação tranquila na tabela classificativa, com esquemas tácticos muito semelhantes e sem medo de apostar no ataque. O primeiro quatro de hora não revelou grandes oportunidades de golo, já que as transições ofensivas que ambos os conjuntos foram construindo acabaram em pontapés de canto (três para cada) bem resolvidos pelas defensivas.

Neste período, João Amaral, pelos sadinos, e o estreante Keita, do lado dos madeirenses, protagonizaram os lances de maior perigo junto das balizas.

Notava-se que o Marítimo procurava assumir as rédeas da partida, remetendo o Vitória para a exploração de espaços para responder em contra-ataque.

Com as equipas bem encaixadas uma na outra, o Marítimo inaugurou o marcador numa jogada de insistência no seguimento de um lance bola parada. A bola sobrou para o capitão Fransérgio, que com tempo e espaço para ajeitar o esférico, rematou forte com pé direito ainda fora de área e sem hipótese para o jovem guardião Bruno Varela. Uma execução perfeita que levantou o estádio.

O golo empolgou o Marítimo, que continuou a procurar o segundo perante alguma apatia e desorganização sadina. Mas sem consequência e abrindo mais espaços para o contra-golpe sadino. Aos 30’, a equipa visitante conseguiu sacudir a pressão e repor algum equilíbrio da partida quando Nuno Santos surgiu pela esquerda e atirou forte às malhas laterais, a passe de Costinha.

José Couceiro voltou a sentar-se no banco de suplentes, já mais tranquilo. O Marítimo também tirou o “pé do acelerador”. Daniel Ramos pediu contenção e ocupação de espaços. O jogo continuou vivo, com muita luta, mas sem emoção junto das balizas. 

No reatamento, que começou sem alterações nos onzes, o jogo manteve um pouco da toada “morna” com que havia chegado ao apito para o descanso. O Vitória entrou mais assertivo em termos ofensivos, com o Marítimo algo recuado e na expectativa de surpreender com transições rápidas. Começou também algo faltoso, e de parte a parte: Mikel e Fransérgio acabaram amarelados.

Foi só a partir dos 60 minutos que o futebol que leva espectadores aos estádios – estiveram cerca de oito mil no “Caldeirão” – reapareceu sobre o relvado. Depois de Charles quase ter feito auto-golo, desviando uma bola cruzada por Mikel para o poste, o jovem guardião do Marítimo redimiu-se com uma defesa fantástica, negando um grande remate de João Amaral que levava selo de golo. Pelo meio destes lances, Xavier rematou à figura de Varela, num lance de contra-ataque.

O domínio do jogo começou a ficar mais repartido e ainda mais ficou quando os técnicos começaram a mexer nas equipas. José Couceiro foi o primeiro a fazê-lo, fazendo entrar Edinho para o lugar de Meyong, e Arnold por troca com Fábio Cardoso. Pouco depois, Daniel Ramos pediu a Xavier para sair colocando Brito em campo.

Contudo, as alterações, que continuaram depois com as entradas de Zé Manuel por troca com João Carvalho nos sadinos, e Djousse por Éber Bessa nos madeirenses, não acrescentaram mais-valias à partida. O jogo continuou repartido e sem critério na hora de concluir a última fase de construção. Voltar a ver um golo começou a ser uma miragem. O Marítimo preocupou-se em gerir o jogo, algo que sabe fazer muito bem. O Vitória lutou, mas teve muita pouca margem de manobra para chegar ao empate.