Marítimo e V. Setúbal empataram a uma bola em jogo da 25.ª jornada da Liga, que teve dois golos a anulados pelo VAR à equipa da casa. Mas os insulares só podem queixar-se de si  próprios, uma vez que desaproveitaram várias oportunidades para «matar» o jogo ante uma equipa sadina que apenas foi capaz de se encontrar na entrada para a reta final da partida.  

Jorge Correa abriu o marcador, aos 11 minutos, e Guedes fixou o resultado aos 83. O empate penaliza os madeirenses, que demonstraram melhor entrosamento e objetividade na partida durante largos períodos. O resultado acaba por ser um prémio para os sadinos, que souberam sofrer e esperar pelo momento certo.

Um ponto para cada equipa deixa tudo na mesma na luta pela manutenção.  

Antes suspensão do campeonato, pouco depois do início de março passado, o Marítimo acumulava três derrotas seguidas, após o triunfo caseiro averbado contra o Paços de Ferreira, por 3-0. Já o V. Setúbal somava uma série de seis jogos sem vencer, com a última vitória registada em janeiro, quando surpreendeu por 3-0 no reduto do Tondela.

Com quatro pontos a separar ambas na classificação, o duelo, o duelo entre madeirense e sadinos prometia ser bem disputado, embora com perspectivas de equilíbrio. A forte entrada do Marítimo, desejosa de diminuir a diferença pontual para o V. Setúbal e fugir da proximidade da linha de água, revelou o contrário. 

A formação de Júlio Velázquez foi literalmente encostada às redes desde o apito inicial e após uma sucessão de lances bem desenhados pelos insulares, começou a pairar a impressão de que o golo não ia tardar muito tempo. Makaridze adiou a inauguração do marcador com uma grande defesa, aos 6 minutos, num desvio de cabeça de Rodrigo Pinho, tendo André Sousa defendido depois com a cara, já perto da linha de golo, um remate de Bambock.

A pressão manteve-se e acabou por dar frutos aos 11 minutos, num lance em que toda a defesa sadina ficou mal na fotografia para felicidade de Jorge Correa. O ponta de lança verde-rubro recuperou uma bola perto da quina da grande área do lado direito do ataque insular e rematou cruzado com o pé esquerdo, com dois colegas a tentarem de cabeça o desvio do esférico que, sem sofrer qualquer toque, acabou por entrar junto ao poste direito da baliza de Makaridze. 

O sinal mais da equipa de José Gomes prosseguiu nos minutos seguintes. Com intensidade e rapidez bem doseada na pressão e a construir jogo ofensivo, os madeirenses continuaram a rondar com perigo último reduto visitante. Antes do V. Setúbal conseguir sair do seu meio campo, Correa, com um disparo à entrada da grande área, e Maeda, de cabeça, obrigaram o guardião sadino a boas defesas. 

Mas a reação vitoriana, que contou com alguma cedência da iniciativa por parte do Marítimo, revelou-se demasiado fraca (um remate por alto e um bloqueado até ao intervalo). Com os caminhos para a baliza de Charles bem fechados, os sadinos evidenciaram muitas dificuldades para construir no último terço. E a nova festa do golo sem adeptos nas bancadas até esteve para ser celebrada pelos da casa, na sequência de transições rápidas, finalizadas com remates de algum perigo de Correa e Bebeto.

Esperava-se mais do conjunto sadino, sobretudo porque a manutenção está ainda longe de estar assegurada e do outro lado estava um adversário na mesma luta. O segundo tempo trouxe mais atrevimento e garra entre os homens de Júlio Velázquez, mesmo depois de um valente susto.

Aos 48 minutos, Zainadine, através da cobrança de um livre em zona frontal, levou o esférico a embater com estrondo no ângulo da baliza sadina. O lance serviu de aviso para a necessidade de fazer mais. Mas acabou por ser pouco. Volvidos quatro minutos, Hildeberto ficou muito perto do empate, na sequência de um cruzamento de Sílvio, mas o remate, à meia volta, foi embater na malha lateral.

O Marítimo, sempre mais assertivo na construção, voltou à carga e chegou a festejar duas vezes o 2-0. Mas os lances, finalizados por Rodrigo Pinho e René Santos, entre os 58 e 71, foram anulados por fora de jogo e mão na bola, respetivamente, após intervenção do VAR.

Guedes, pelo meio, gozou de uma oportunidade para fazer o empate, mas o cabeceamento desferido em zona central da grande área, saiu ao lado. Já com o algo partido, o mesmo avançado veio a redimir da falta de aproveitamento aos 83. Após uma bela arrancada Hildeberto, que passou com um foguetão por Rúben Ferreira, o extremo sadino que cruzou com tudo para Guedes finalizar. 

Ainda havia tempo para mais um golo, mas a toada da parada a resposta que se assistiu no minutos finais foi marcada mais pelo coração do que pela cabeça, e já com o peso do cansaço nas pernas de quase todos os jogadores.