Continua a angústia do Portimonense que já vai em doze jogos consecutivos sem vencer. Apesar de ter dominado durante boa parte do tempo, os algarvios não foram capazes de descobrir o caminho da baliza setubalense e nas vezes que lá chegaram Makaridze opôs-se com segurança. Houve mais quantidade de oportunidades por parte dos algarvios, mas as mais claras pertenceram aos sadinos, com Ghilas a falhar o alvo por pouco perto do intervalo e Gonda a fazer a defesa da noite num remate de Éber Bessa.

Depois de vinte minutos de futebol trapalhão, em que as duas equipas não tiveram bola devido à quantidade elevada de passes extraviados, o Portimonense começou a tomar o controlo do jogo e a qualidade do jogo também melhorou, com os algarvios a desperdiçarem boas oportunidades para irem para o intervalo em vantagem.

Nesse período em que a qualidade andou ausente do relvado do Portimão Estádio, dois remates à figura dos guarda-redes foi o melhor que se viu, com Carlinhos a encontrar alguma passividade no lado esquerdo da defesa do Portimonense e a rematar para encaixe fácil de Gonda, dado que a bola saiu fraca e à figura. Foi aos cinco minutos e no momento seguinte, Henrique respondeu com um tiro de fora da área, com Makaridze no caminho da bola e a segurar.

Paulatinamente a ação do trio do meio-campo algarvio foi impondo o ritmo e a baliza setubalense começou a ficar mais próxima e sujeita a situações complicadas, com Makaridze a resolver, com destaque para um cabeceamento de Pedro Sá na sequência de um livre e aos 26 minutos - dois após o remate do trinco - o georgiano voltou a brilhar, sacudindo por instinto um remate à meia-volta de Jackson Martinez. Aos 38, Lucas Fernandes em jogada individual pela esquerda tentou colocar a bola em jeito no ângulo superior esquerdo da baliza vitoriana, mas a pontaria não foi a mais adequada.

O Vitória de Setúbal limitava-se a defender e raramente incomodou Gonda. No entanto, Ghilas até teve oportunidade de levar a sua equipa em vantagem para intervalo, quando aos 43 minutos e na sequência de um canto, antecipou-se a Lucas Possignolo para desviar de cabeça, levando a bola a rasar a barra. Se entrasse seria uma enorme injustiça, face ao domínio e maior desperdício algarvio.

Makaridze voltou a brilhar após o reatamento, desviando um remate cruzado de Hackman, após grande abertura de Lucas Fernandes. O defesa ganês mostrou-se pela positiva mas depressa foi substituído devido ao risco de ser expulso em virtude de duas faltas consecutivas que lhe valeram o cartão amarelo na primeira, e um aviso do árbitro, na segunda. De seguida, o treinador Paulo Sérgio chamou Koki Anzai para o seu lugar.

Embora tivesse o controlo das operações, o Portimonense passou por situações mais complicadas do que até ao intervalo, com Ghilas (65m) a não conseguir chegar de cabeça a um cruzamento de Zequinha, que Gonda desviou levemente. Cinco minutos depois o guarda-redes japonês foi enorme ao defender um potente remate de Éber Bessa que levava a direção certa.

Paulo Sérgio via a sua equipa recuar e colocou o iraquiano Mohanad Ali (Mimi) em campo, para posicionar-se próximo de Jackson, mudando o 4x3x3 para 4x4x2, intenção reforçada com a entrada de Aylton Boa Morte pouco depois. Os algarvios procuravam profundidade nas alas para servir os dois avançados e voltar a ter o controlo das operações. Neste particular, conseguiu-o e o Vitória voltou a recuar.

Apesar do empenho e entrega dos seus jogadores, na prática o Portimonense não conseguiu claras ocasiões para inverter a tendência de empate que se adivinhava: Jadson cabeceou ao lado na sequência de canto e um remate cruzado de Aylton Boa Morte que passou longe do alvo foram momentos únicos, já que do chuveirinho final para a área, nada resultou.