No jogo de encerramento da primeira volta da Liga, nenhuma conseguiu dar a volta ao mau momento em que se encontra: esta noite, em Vila do Conde, Rio Ave e V. Setúbal não foram além de um empate num jogo de emoções fortes e com um artista principal… Wenderson Galeno.
Já lá iremos. Antes disso, o contexto. O Rio Ave vinha de uma série de oito jogos oficiais sem qualquer triunfo (seis derrotas e dois empates), não vencendo para a Liga desde a 8.ª jornada. O V. Setúbal não estava muito melhor, com um empate antecedido de seis derrotas nos últimos sete jogos. Não havia de ser o jogo de hoje a permitir uma viragem de página.
Ao contrário de Lito, que já viu lenços brancos nos tempos mais recentes, Daniel Ramos é sangue novo. Estreou-se em casa – naquela que é verdadeiramente a sua casa, não fosse ex-jogador e filho de um ex-presidente do Rio Ave – depois de uma derrota na Luz (4-2) no primeiro jogo no comando técnico dos vilacondenses.
Com Ramos no comando, o Rio Ave alterou desde logo o sistema. O 4-2-3-1 deu lugar a um 4-4-2, com dois pontas de lança na frente: Bruno Moreira passou a ser opção para fazer companhia no ataque ao cobiçado Carlos Vinícius.
Pelas alas, Coentrão e Galeno. Fixemo-nos no jovem extremo brasileiro emprestado pelo FC Porto. Sobre a esquerda, hoje ele abriu o livro e quis quase sozinho muitas vezes escrever aquele que se almejava ser o primeiro capítulo da recuperação riovista.
Rio Ave-V. Setúbal, 1-1: ficha e filme do jogo
Melhor exemplo disso é o golo: Galeno sofreu falta de Dankler, arrancando-lhe um cartão amarelo, e cobrou à entrada da área num arco que não deu hipóteses a Cristiano. Daí em diante, arrancou mais três cartões a adversários, fez dribles de espantar a bancada e assistiu para o desperdício dos companheiros de equipa… Enfim, uma exibição em cheio.
No entanto, o jogo tem duas partes. E a segunda serviu para o V. Setúbal reequilibrar a contenda. O 4-3-3 de Lito ganhou vida, sobretudo com a entrada de Hildeberto, que do lado esquerdo criou os desequilíbrios que Éber Bessa se esforçava por criar do lado contrário.
Além disso, defensivamente, este Rio Ave é uma das equipas mais frágeis da Liga. Buatu e Monte não são uma dupla de centrais fiável e a zona central do meio-campo revela-se demasiado macia.
As debilidades tornaram-se mais evidentes com a expulsão do lateral Matheus Reis, que deixou a equipa da casa a jogar com menos um. E de um mau atraso de Buatu viria a surgir o empate por Hildeberto, aos 84’.
Rio Ave-V. Setúbal, 1-1: destaques do jogo
A perder, o Rio Ave deixou de se encolher e voltou a correr atrás do prejuízo. Ainda assim, a melhor oportunidade surgiu para os sadinos, já nos descontos, num desvio de Valdú Té, que Nadjack salvou sobre a linha de golo.
Seria um castigo demasiado pesado para o Rio Ave, num jogo em que Manuel Mota foi muito contestado pelo público da casa. E a verdade é que o árbitro da AF Braga se mostrou incoerente no critério disciplinar e evidenciou dificuldades em controlar as incidências do jogo.
Resultado justo nos Arcos no encerramento da 17.ª jornada.
No jogo que encerrou a primeira volta, Galeno foi o dono do carrossel.
Prontos para mais uma viagem?