Por Rui Pedro Paiva

Santa Clara e Vitória de Setúbal empataram a uma bola no Estádio de São Miguel, num jogo repartido, equilibrado, com duas equipas que procuraram sempre a vitória.

As duas equipas partiram para o jogo separadas por três pontos: os açorianos com 11 e os setubalenses com oito. O Santa Clara, tal como João Henriques afirmara na antevisão ao encontro, pretendia afastar a má imagem deixada na derrota frente ao Sporting de Braga (2-0) na jornada anterior. O Vitória de Setúbal, por seu turno, procurava regressar às vitórias, na estreia de Meyong enquanto treinador (interino) dos sadinos, após Sandro Mendes ter sido afastado na sequência do empate frente ao Marítimo (0-0) da oitava jornada do campeonato.

O jogo começou praticamente com o golo dos açorianos. E que golo. Aos cinco minutos de jogo, Osama Rashid, através da cobrança exemplar de um livre à entrada da área, fez o primeiro da partida.

O Vitória procurou reagir e esteve perto do empate três minutos depois. Ghilas, já dentro da grande área, rematou rasteiro a centímetros do poste direito da baliza à guarda de Marco. Não marcou à primeira, marcou à segunda. Aos 12 minutos, canto de Nuno Valente e Pirri, mais forte que a defensiva insular e com uma cabeçada decidida, empatou o encontro. O Vitória tomou-lhe o gosto e logo no minuto seguinte esteve perto de marcar novamente. Cruzamento de Carlinhos, lance disputado na área entre César e Hildeberto, e Marco, com uma defesa crucial, evitou o segundo golo dos sadinos

O Santa Clara reagiu, e até chegou a introduzir a bola no fundo das redes adversárias por Santana, mas o lance foi invalidado por fora de jogo. O jogo estava animado nesta altura, com ambas as equipas a mostrarem-se decididas a chegar ao golo. Mansilla, para o Setúbal, aos 18 minutos e Lincoln logo depois, para os insulares, levaram perigo à baliza contrária.

As oportunidades continuaram. Carlos Júnior, aos 24, na área sadina, desviou a bola de Makaridze, mas deslumbrou-se e não conseguiu dar seguimento, desperdiçando uma excelente ocasião para colocar a equipa da casa em vantagem.

O jogo manteve-se bem disputado e repartido. A equipa da casa assumiu a posse de bola, enquanto os forasteiros apostavam no contra-ataque. O Vitória, sobretudo através de Mansilla e Ghilas, liderou alguns ataques perigosos que colocaram a defesa dos açorianos em sentido.

O Santa Clara também levou perigo à baliza contrária. Aos 28 minutos, Fábio Cardoso foi lá à frente e após um livre na ala esquerda, cabeceou por cima. Aos 32 minutos, foi a vez de Carlos Júnior procurar o golo: dentro da área, recebeu, virou, rematou à meia volta, mas a bola saiu ao lado.

Na segunda parte, o jogo manteve-se equilibrado, mas com menos oportunidades de golo. Mas os papéis inverteram-se: o Vitória assumiu a posse de bola, enquanto que o Santa Clara procurava manter a organização defensiva. Organização que, com o passar do tempo, os açorianos foram perdendo, deixando muito espaço livre para jogar.

Espaço esse que o Vitória tentou explorar. Aos 65 minutos, os homens de Setúbal estiveram muito perto do golo. Saída rápida dos sadinos, lance bem trabalho pelos homens da frente, e Ghilas atirou uma autêntica bomba ao poste.

Mas os ferros continuariam a ser protagonistas no encontro. Desta vez foi a vez do Santa Clara. Aos 68 minutos, Carlos Júnior teve pontaria a mais e acertou no poste da baliza de Makaridze.

Os açorianos iriam ter nova oportunidade de golo. Aos 76 minutos, após lance de bola parada, Zé Manuel, dentro da área, fez um pontapé de bicicleta que passou a centímetros das redes sadinas.

Semedo, aos 80, também esteve perto do golo para o Setúbal, mas viu as suas aspitações negadas por Marco.

Com o jogo a caminhar para o final, ambas as equipas forçaram o golo. Fábio Cardoso, aos 82, após um canto, teve tudo para conseguir a vantagem, mas em zona central, rematou para as nuvens.

Aos 85, grande remate de Thiago Santana, correspondido com uma enorme defesa da Makaridze.

A três minutos dos 90, o Vitória iriap passar a jogar com menos um jogador. Semedo levou o segundo amarelo e recebeu ordem de expulsão. Com mais um jogador, os açorianos carregaram, mas não iriam conseguir alterar o ‘placard’ até final do jogo.