Figura: Montero
Os olhos estavam colocados nele: afinal de contas era a grande novidade no onze inicial. Ao lado de Slimani não foi avançado nem médio: andou ali no espaço, entre linhas, a infernizar a vida do V. Setúbal. Utilizou a capacidade técnica para criar soluções, sempre em jogo, criando linhas de passe. Acertou no ferro, obrigou Ricardo Batista a boas defesas e garantiu a vitória num grande golo.
 
Positivo: Slimani<
Tanto insistiu, que acabou por marcar. Duas vezes. Os adeptos já estavam a desesperar com o desperdídio da primeira parte: em pelo menos três ocasiões aparecera com tudo para fazer golo, e não o conseguira. Mas Slimani tem uma vantagem: está sempre lá. A qualquer altura pode marcar. Fê-lo na segunda parte, após cruzamento de Jefferson, e repetiu o gesto já nos descontos.
 
Negativo: atitude do V. Setúbal
É daquelas coisas que se pensava fazerem parte do passado, mas afinal existem: o V. Setúbal surgiu em Alvalade com uma estratégia tão defensiva que durante uma hora foi de sentido único. A equipa de Domingos, aliás, fez o primeiro remate (do meio da rua, sem perigo) nos descontos da primeira parte e só por mais uma vez chegou à baliza leonina antes de estar a perder. Só defendeu, portanto.

LEIA A CRÓNICA: Slimani e Montero, sociedade de golos Lda.
 
OUTROS DESTAQUES:
 
Jefferson
Aproveitou o balanço que já trazia do jogo com o Maribor e não desacelerou nem um bocadinho. Subiu várias vezes para apoiar o ataque e numa dessas subidas, assistiu Slimani para o primeiro golo. Ele que já tinha cruzado um par de vezes com perigo e que já tinha ameaçado marcar de livre.
 
William Carvalho
Encher o campo, mostrando que também pode dar-se bem num esquema diferente, com apenas dois médios, que o obriga a correr mais. Ganhou várias bolas, apareceu sempre a distribuir jogo e até apoiou o ataque. Quando Marco Silva quis refrescar o meio-campo, retirou Adrien Silva...
 
Nani
Um jogo de menos fulgor, é verdade, mas que nem por isso merece menos este destaque: existe muito a tendência para esperar que Nani seja o melhor em campo e quando não o é, como hoje, parece que esteve mal. Não esteve, pegou na bola, rematou e até criou boas ocasiões para os colegas.
 
Carlos Mané
Deixou a cabeça em água a Hélder Cabral: começou logo aliás no primeiro minuto, a roubar-lhe uma bola que Slimani não concretizou por muito pouco. A velocidade de Carlos Mané foi sempre um problema e por isso criou várias jogadas de perigo na primeira parte. No início da segunda saiu.
 
Ricardo Batista
Regressou a Alvalade, por onde já passou no início da carreira sem muita sorte, para viver uma noite grande e quase feliz. O melhor da equipa, sem dúvida. Aguentou o golo leonino, aliás, durante uma hora, com uma exibição cheia de defesas difíceis. Nos golos adversários nada podia fazer.