A luta continua. Depois de um jogo com duas partes bem distintas (uma primeira de superioridade dos donos da casa e uma segunda, na última meia hora de jogo em particular, com os visitantes por cima), o Tondela bateu o Vitória de Setúbal, assegurando um triunfo fulcral para manter as aspirações de continuar a ser uma equipa de I Liga na temporada 2017/18.

O início de jogo no Estádio João Cardoso foi bastante movimentado, de um lado e do outro do campo. Começou melhor o conjunto setubalense (que até teve mais posse de bola), circulando com velocidade, com Costinha a procurar incidir nas entrelinhas, apoiado por João Carvalho e João Amaral. As duas primeiras ocasiões do jogo pertenceram precisamente ao Vitória: Fábio Cardoso obrigou Cláudio Ramos a uma das intervenções da tarde, após lance de bola parada e logo de seguida, Frederico Venâncio atirou de primeira, a rasar o poste esquerdo da baliza tondelense.

O conjunto da casa sentiu-se obrigado a dar resposta pronta ao início mais enérgico dos sadinos. Os elementos do meio-campo passaram a coordenar o jogo com maior critério e, por sua vez, os laterais e extremos davam a profundidade de que a equipa necessitava. Heliardo e Pedro Nuno assustaram Bruno Varela ainda antes de completarmos os primeiros 20 minutos, ameaças que já faziam adivinhar o golo do Tondela. Esse momento ocorreu ao minuto 28, na sequência de uma arrancada imparável de Jhon Murillo, no corredor direito, tendo o venezuelano assistido Murilo para o desvio à boca da baliza.

Os forasteiros estavam, por então, completamente perdidos e os tondelenses cada vez mais animados. Pedro Nuno deixou um sério aviso aos 38 minutos de jogo e, passado pouco tempo, Jhon Murillo voltou a estar em foco, ao arrancar um penálti a Fábio Cardoso, lance esse contestado com alguma veemência por parte dos jogadores setubalenses. Jaílson, lateral-direito em muito bom plano na tarde deste domingo, bateu colocado, com Bruno Varela a desviar ligeiramente a bola com a ponta da luva. Estava feito o segundo dos anfitriões, que foram para o intervalo com uma vantagem concludente e completamente justificada.

No período de descanso, José Couceiro leu bem o jogo e decidiu desfazer o duplo-pivô defensivo Fábio Pacheco-Mikel, tirando o nigeriano, lançando Nuno Santos para a ala direita e recuando Costinha para garantir maior fluidez na saída de bola. A troca acabou por não surtir efeito imediato, tendo o jogo entrado numa espiral de entradas mais ríspidas e paragens um pouco mais alargadas. No entanto, um quarto de hora depois do arranque do segundo tempo, o substituto Nuno Santos fez das suas, arrancando um segundo amarelo ao extremo brasileiro Murilo. O Vitória tinha então o desafio de encarar a última meia hora jogando com mais uma unidade.

Apesar de tudo, foram os tondelenses a ficar novamente mais perto de marcar, na sequência de mais um excelente lance individual de Jhon Murillo, lançado em contra-ataque pela ala esquerda, tendo cruzado para o cabeceamento de Heliardo na direção de Bruno Varela. O Tondela perdeu aí uma excelente chance de deixar a contenda praticamente decidida.

José Couceiro entendeu então que era o momento para meter a carne toda no assador, apostando nas entradas de Arnold e Meyong. A equipa cresceu ofensivamente e, depois de um par de ameaças, Edinho finalmente concretizou, com um cabeceamento indefensável, após cruzamento meticuloso de Nuno Pinto.

Até ao final, Meyong dispôs de duas chances soberanas para igualar a partida mas falhou o alvo. Terminou em sufoco o Tondela mas com três pontos absolutamente essenciais para continuar a lutar com o Moreirense (ao qual falta apenas um triunfo para se segurar entre os grandes) pela permanência no escalão principal.

Para a semana há mais!