Nem balão de oxigénio, nem aproximação à zona europeia. Ficou tudo como antes no V. Setúbal-Belenenses, clássico do futebol português que foi demasiado «enferrujado» nesta segunda-feira à noite para sair de um macambúzio nulo.
Globalmente, os azuis foram mais equipa mas viram-se forçados a rever o guião levado para o Bonfim a partir dos 68 minutos, altura em que Sasso foi expulso por acumulação de amarelos e deixou os visitantes reduzidos dez.
Fiel à sua imagem e estruturado em 3x5x2, o conjunto de Silas procurou ter bola e jogar de pé para pé. Perante uma equipa sadina tendencialmente mais defensiva, destacavam-se sobretudo Licá e Diogo Viana, os elementos que revelavam mais critério e capacidade para desmontar o bloco defensivo contrário e que forjaram a melhor ocasião da primeira parte: Viana atirou à barra pouco depois da meia hora de jogo.
Do lado do Vitória, que se apresentou com uma novidade no onze – Tiago Castro estreou-se – a aposta era num futebol menos perfumado e mais direto. Dois remates de meia distância foi a contabilidade de uma equipa da casa curta em ideias e em futebol.
Praticamente a abrir a etapa complementar, Henrique, a passe de Licá, atirou ao lado com o peito numa das melhores ocasiões da partida.
A expulsão de Sasso, num lance em que chocou com Cádiz à entrada da área do Belenenses, aliada às mexidas de Sandro – que lançou as setas Berto e Zequinha para o assalto final – tornaram o jogo mais imprevisível.
Se por um lado os sadinos subiram linhas e tornaram-se mais perigoso no ataque, os lisboetas procuravam surpreender no contra-ataque.
O jogo tornou-se mais anárquico e elétrico na reta final e, se é verdade que poderia ter caído para qualquer um dos lados, foi Muriel a salvar a equipa de Silas já em tempo de compensação a meias com a trave.
Empate ajustado no Bonfim, numa segunda-feira típica em que até nem o zero zero escapou à norma. Houve pouco futebol, é certo, mas as traves também não ajudaram.
O Vitória soma dez jogos sem vencer para a Liga, enquanto o Belenenses soma quatro jogos sem ganhar.
