Uma noite estragada.

Não há outra forma de começar a falar sobre um jogo onde se esperava emoção, mas não aquela a que se assistiu durante quase dez minutos, interrompendo a partida entre o minuto 74 e o 82.

À terceira expulsão de jogadores do V. Setúbal no espaço de sete minutos – Semedo por uma falta dura, Zequinha por palavras e Cádiz por acumulação – os ânimos no Bonfim rebentaram. Houve invasão de campo por parte de um adepto, outros tentaram o mesmo e a polícia de intervenção foi obrigada a usar da força para evitar males maiores.

E no meio de toda esta confusão, a pantera acelerou para a permanência, alcançada nesta segunda feira, graças a uma vitória por 3-0 no Bonfim.

Uma vitória que nasceu, precisamente, do caos.

Na cobrança do livre que valeu a expulsão a Semedo, a bola chegou ao pé direito de Yusupha, que não desperdiçou a primeira oportunidade de que dispôs.

Logo a seguir, quando Sandro tentava mexer na equipa para a reequilibrar, ainda antes de a bola ir ao centro, Zequinha viu o seu número subir na placa para abandonar o terreno, mas quis dirigir umas palavras a Fábio Veríssimo que lhe mostrou também o cartão vermelho.

Fim da história? Nem por sombras.

Um minuto depois, Cádiz fez uma falta dura a meio-campo e viu o segundo amarelo, depois de ter iniciado o segundo tempo a simular uma falta que lhe valeu o primeiro.

A jogar contra oito diante de uma equipa que precisa de pontos para se salvar, o Boavista manteve a cabeça fria e ainda marcou o segundo, por Perdigão e o terceiro por Sauer.

E assim, a pantera que até viajara para a beira Sado com vontade de dormir à sombra do ponto que sabia valer-lhe a permanência, sai de casa de um adversário direto com três pontos como brinde.

E aqui vale a pena dizer que o V. Setúbal fica em posição muito delicada. Não só porque continua em zona de aflição, mas também porque na próxima semana viaja a casa do Desp. Chaves muito, muito limitada.

Cenário nada fácil para os lados do Bonfim.