Vitória tranquila do FC Porto no Bonfim, reforçada com uma injeção de confiança para o clássico com o Benfica da próxima jornada. Ficam, assim, definitivamente ultrapassadas as feridas provocadas pela Taça da Liga com uma exibição segura, com a equipa de Sérgio Conceição a subir de patamar depois da vitória difícil sobre o Gil Vicente. Dois golos a fechar a primeira parte e outro a abrir a segunda, proporcionaram uma noite tranquila ao candidato ao título, com a curiosidade dos golos terem sido marcados pelos jogadores que estavam em risco para o clássico. Luiz Diaz ainda fez um quarto golo a fechar o jogo, permitindo ao FC Porto repetir o resultado que já tinha conseguido esta época, por duas vezes, frente aos sadinos.

Confira a FICHA DO JOGO

Em apenas cinco minutos, já perto do final da segunda parte, o FC Porto marcou dois golos e foi para o intervalo numa posição bem confortável. A equipa do Dragão entrou forte no jogo, com Otávio, a jogar nas costas de Tiquinho Soares e ladeado por Corona e Luiz Diaz, sempre muito em jogo, a ganhar muitas bolas soltas. Manafá e, sobretudo, Alex Telles ofereciam profundidade pelas alas e a equipa do Dragão chegava facilmente ao último terço onde conseguia meter muita gente na área.

O Vitória, como é habitual, entrou na expetativa, com duas linhas de quatro, para suster as primeiras investidas do adversário, mas a verdade é que foi ganhando confiança e, a partir dos primeiros quinze minutos, foi ensaiando os primeiros contra-ataques. O jogo ganhou intensidade e velocidade, com parada e resposta, mas sempre com o FC Porto mais perigoso. Otávio teve duas oportunidades claras para visar a baliza de Makaridze nos primeiros vinte minutos, mas Mansilla também esteve perto de abrir o marcador num lance em que picou a bola sobre Marchesín.

Pelo meio, Tiquinho, depois de uma combinação com Corona, também esteve perto do golo, com um remate cruzado. No meio deste frenesim, o primeiro golo acabou por surgir, aos 39 minutos, num lance de bola parada. Livre de Sérgio Oliveira, sobre a direita, a defesa sadina afasta, mas a bola sobra para Corona que atirou rasteiro a contar. Makaridze, no meio de tantas pernas, nem viu a bola chegar. Ainda houve dúvidas quanto à posição de Tiquinho, mas Manuel Mota terá considerado que o brasileiro não teve interferência no lance e acabou mesmo por validar o golo.

O Vitória procurou responder rápido, mas acabou por provar o próprio veneno, uma vez que, cinco minutos depois, o FC Porto chegou ao segundo golo numa transição rápida. Grande passe de Sérgio Oliveira, receção orientada de Alex Telles que entrou na área destacado, com Zequinha nas costas e bateu Makaridze com um remate cruzado. Num ápice, o FC Porto construía uma vantagem sólida.

Quem agarra Manafá?

Se ainda havia dúvidas, o FC Porto fez o terceiro logo a abrir a segunda parte. Arrancada imparável de Manafá pelo flanco direito, com o lateral a progredir no terreno com uma série de combinações até chegar ao interior da área onde serviu Tiquinho Soares. Artur Jorge falhou o corte, deixou a bola escapar e o brasileiro marcou à vontade.

Golo de Corona, Alex Telles e Tiquinho, precisamente os três jogadores que estavam em risco de falhar o clássico por acumulação de amarelos. Uma vantagem que permitiu ao FC Porto gerir de forma confortável no campo, com posse de bola e longe da área de Marchesín, e a partir do banco, com Sérgio Conceição, sem correr riscos, a trocar sucessivamente os três que estavam em risco. Romário Baró regressou ao meio-campo, tal como Vítor Ferreira, com Uribe a deslocar-se para a defesa do flanco direito e Manafá a ir para o lado contrário.

No ataque, destaque para o regresso de Zé Luís que não jogava desde 19 de dezembro, desde que se lesionou em jogo da Taça de Portugal.

Um novo onze, mais fechado, a não dar qualquer possibilidade ao Vitória de jogar como gosta, com transições rápidas. A equipa sadina nunca baixou os braços, mas a verdade é que, tirando dois remates de Carlinhos, raramente conseguiu incomodar um FC Porto em modo de gestão.

Com um golo de Luiz Diaz, já em tempo de compensação, o FC Porto voltou a repetir o mesmo resultado que já tinha conseguido, por duas vezes, esta época frente aos sadinos, na primeira volta e na Taça da Liga. No total, três jogos, doze golos marcados e nenhum sofrido.

O FC Porto volta, assim, a reduzir a diferença para o Benfica para sete pontos, com a possibilidade de ficar a quatro depois do clássico.