Muito simples, Vitória de Setúbal e Moreirense entraram para este jogo proibidos de perder. No futebol é tudo muito bonito mas ninguém gosta de perder, e isso é uma verdade universal.

Sadinos e cónegos entraram totalmente pressionados para este jogo, visto que ambos vinham de uma seca de vitórias tremenda.

E não há como esconder, a pressão fez-se sentir e de que maneira logo desde o início do jogo, com as duas equipas a estudarem a melhor forma de penetrar a defesa e chegar à baliza adversária.

FILME DO JOGO

Começou por cima o Moreírense, criando algumas ocasiões de relativo perigo, entre os quais uma, aos 17 minutos, que só não deu golo porque Marcelo Oliveira não conseguiu desviar à boca da baliza um cruzamento de Filipe Gonçalves, após livre cobrado de forma rápida.

O lance assustou os sadinos, que, a partir daí, assumiram as rédeas do jogo, mas sem grande perigo diga-se. Aliás, o primeiro remate à baliza aconteceu apenas aos 31 minutos, mas levou fogo. Nuno Pinto, de longe, atirou para uma boa defesa de Stefanovic.

Embalados pelo lance do defesa, os vitorianos partiram para cima do adversário, obrigando o Moreirense a vários momentos de algum sufoco junto à área. Valeu a coesão defensiva dos cónegos, que anulou quase por completo as investidas do adversário.

Continuou nessa toada até ao intervalo, exceção feita a um lance de grande perigo por parte de Rafael Martins, aos 35 minutos, que também só não deu em golo porque Ricardo defendeu como pode, com o pé, evitando mexidas no marcador.

O apito para o intervalo de João Capela colocou termo a uma primeira parte com algum futebol jogado, mas sem golos, que, no fundo, era o que as duas equipas precisavam.

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Na segunda parte, Quim Machado retirou Ruca e fez entrar André Horta. A mexida ao intervalo deu alguns frutos nos instantes iniciais mas foi perdendo o fulgor com o passar dos minutos. Aliás, o segundo tempo começou da mesma forma que o primeiro, com muita ansiedade e desacerto nas duas equipas, mais notória talvez na da casa.

A qualidade colocada em campo por ambos foi tão pouca, que o único lance de calafrio surgiu na sequência de um erro do Moreirense, aos 61 minutos, onde um desvio quase traiu Stefanovic e ainda embateu na barra antes de sair.

Nildo deu um Bonfim, mas ao Moreirense

O erro que quase custou caro ao Moreirense acabou por ser prólogo do golo dos cónegos, que viria a acontecer dois minutos depois. Aos 63 minutos, Iuri Medeiros corre por aí fora e desmarca Nildo. Na cara de Ricardo, o avançado brasileiro só teve de escolher o melhor lado para colocar a bola, fazendo o golo inaugural e para a equipa visitante, quando nada nem ninguém o previa. Foi um tiro salvador que deitou abaixo a já pouca concentração do Vitória de Setúbal.

Até ao final do encontro não houve mais nada a registar da parte do Vitória, se não as tentativas desesperadas de chegarem à baliza adversária, algo que aconteceu mas sempre sem causar mossa.

Os cónegos, por sua vez, limitaram-se a gerir o resultado até ao final, visto que o objetivo estava cumprido. Ainda assim, os visitantes conseguiram levar novamente perigo à baliza de Ricardo, através de Nildo Petrolina, já em cima do minuto noventa.

O Moreirense consegue assim regressar às vitórias, depois de três derrotas consecutivas para o campeonato. A linha de água está agora mais longe e a pressão diminui consideravelmente.

O Vitória de Setúbal não conseguiu regressar aos triunfos, prolongando para seis o número de jogos sem vencer para o campeonato. Não está fácil para os lados do Sado.