Cinco anos depois o Olhanense despede-se da Liga. A equipa algarvia entrou para a última jornada na situação mais frágil, e acabou mesmo por não evitar a despromoção, acumulando erros incompatíveis com a final que disputava.

A equipa algarvia sofreu um golo ainda antes de estar cumprido o primeiro minuto, ficou em inferioridade numérica ainda na primeira parte e consumou a descida ao ver-se batido num lance de bola parada, onde a tal falta de um jogador devia ser menos visível. E com tantos erros o desfecho acaba por ser natural, até pelo percurso atribulado da equipa (e do clube) desde a pré-época. 

Com este triunfo o Vitória de Setúbal garante, no mínimo, um sétimo lugar. E até termina o dia em sexto, à espera do resultado do Marítimo.  

Um início indicador

Para uma equipa que encarava esta última jornada na posição mais delicada, a depender de terceiros para evitar a despromoção, o Olhanense jamais podia ter um início tão mau. Ainda antes de estar cumprido um minuto de jogo a equipa algarvia ficou em desvantagem no marcador.

Há mérito do Vitória, na combinação entre Tiba, João Mário e Zequinha, o autor do golo, mas também enorme passividade defensiva da equipa visitante, que até tinha dado o pontapé inicial.

Embalado pelos golos da Académica em Paços de Ferreira, assinalados pelos adeptos algarvios, o Olhanense foi então atrás do prejuízo, e contou com erro incrível de Kieszek para devolver a igualdade ao marcador. O guarda-redes sadino recebeu um passe atrasado de Pedro Queirós e pontapeou mal a bola, oferecendo o golo a Dionisi (13m).

Sempre apontado à baliza contrária, Dionisi esteve perto de colocar o Olhanense em vantagem cinco minutos depois, com um remate ao poste direito de Kieszek.

Só que praticamente ao mesmo tempo que o Paços de Ferreira empatava, na capital do móvel, o Olhanense sofria um rude golpe no Bonfim. Kroldrup esqueceu-se da experiência acumulada em Itália e viu dois cartões amarelos no espaço de cinco minutos, deixando a equipa reduzida a dez elementos (34m).

O Vitória aproveitou então para assumir o controlo do jogo, mesmo jogando a um ritmo baixo, e antes do intervalo dispôs de duas boas ocasiões. Primeiro Rafael Martins a desviar um cruzamento de Tiba, obrigando Belec a defesa apertada (39m), e depois um remate de Ricardo Horta dirigido à trave (45m).

Dizer adeus da forma com que se procurava o milagre

Com os resultados ao intervalo o Olhanense evitava a despromoção direta, e em inferioridade numérica a formação algarvia parece contentar-se com o «playoff». Galderisi ainda hesitou na forma de compensar a expulsão de Kroldrup, mas aos 56 minutos lançou mesmo Diakhité, sacrificando Paulo Sérgio.

A mensagem era clara: o Olhanense devia recuar as linhas, prescindir da posse de bola e acima de tudo procurar segurar o empate. Eventualmente tentar o golo da vitória em contra-ataque, ou de bola parada.

E foi de bola parada que o golo apareceu, mas para o Vitória. Pedro Tiba cruzou da esquerda, na sequência de um canto curto, e Frederico Venâncio apareceu na cara de Belec a marcar (67m).

O Olhanense procurou depois o «milagre», mas sem grande convicção, ou mesmo capacidade. Nunca chegou verdadeiramente a incomodar Kieszek, e a um minuto do fim ainda sofreu um terceiro golo, em contra-ataque, por Rafael Martins.

Estava mais do que consumado o adeus algarvio à Liga.