Três jogos, três vitórias. O Bonfim começa a transformar-se na fortaleza que José Couceiro tantas vezes tem pedido. Depois de Belenenses e Paços de Ferreira, o Vitória arrancou um preciosíssimo triunfo na receção ao Rio Ave.

Três pontos sofridos. Sangue, suor e um alívio gigante para a equipa da casa, que pôde erguer os braços após uma segunda parte intensa de uma batalha disputada sobre um terreno pesado e que impossibilitou a prática de bom futebol.

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Num duelo em que as duas equipas se apresentaram em campo em sistemas semelhantes (4x2x3x1), dinâmica foi coisa que não abundou sobretudo nos primeiros 45 minutos, que não merecem mais do que um parágrafo. Seis remates, zero defesas de Cristiano e de Cássio, e apenas um lance digno de registo que terminou com uma oferta de André Pereira ao guarda-redes brasileiro.

Na primeira parte, o rumo dos acontecimentos encaixava mais naquilo que se tem visto dos sadinos nos jogos em casa: estabilidade defensiva e risco moderado.

Ainda que atravesse provavelmente a fase menos auspiciosa da época (apenas uma vitória nos últimos seis jogos), o Rio Ave foi quase sempre uma sombra de si mesmo. Falta de dinâmica, de entrosamento, desacerto nas saídas para o ataque e pouca agressividade no meio-campo contrário. A equipa vila-condense esteve privada da magia dos discretos João Novais e Francisco Geraldes, talvez também por culpa do estado do terreno de jogo, que penaliza os jogadores mais virtuosos.

Mais cómodos, os sadinos também entraram mais intensos para os segundos 45 minutos e chegaram ao golo aos 48', num desvio de André Pereira a um cruzamento de Arnold.

Cabia nesta altura ao Rio Ave reagir à adversidade, mas a reação dos comandados de Miguel Cardoso não foi imediata. As entradas de Gabriel, Barreto e Nadjack, todas entre os 55 e os 69 minutos, só surtiram efeito após a expulsão de Semedo à entrada para o último quarto de hora (médio viu dois amarelos em dois minutos).

Com muita presença no meio-campo contrário, os visitantes apertaram o cerco à área sadina. Bruno Teles, Barreto e Tarantini estiveram perto do empate num final de jogo com pulsações elevadíssimas, mas a equipa da casa, com mérito e sorte à mistura, conseguiu segurar um triunfo que lhe permite respirar com outra saúde.