O empate a dois entre Vitória Setúbal e Rio Ave não permitiu a nenhuma das equipas assumir, ainda que à condição, o primeiro posto da tabela. Os golos só apareceram na segunda parte, mas valeu a pena seguir os 90 minutos com muita atenção.

Os quatro pontos amealhados nas duas primeiras jornadas, e a colocação no pelotão de perseguição ao líder Arouca, deixavam boas perspetivas para a partida de abertura da terceira jornada da Liga Portuguesa. E diga-se, a bem da verdade, que apesar de não contemplar nenhum dos emblemas de maior nomeada, a tarde do Bonfim não terá desiludido ninguém.

Depois da goleada em Coimbra, esperava-se uma entrada interessante por parte da equipa de Quim Machado, mas os prognósticos saíram furados. O Rio Ave, embora aparecesse em Setúbal sem Hassan (transferido para Braga) e Tarantini (lesionado), não abdicou de uma postura mandona no período inicial e conseguiu, inclusivamente, sinal mais.

Transpirava a ideia de que este início sofrido de campeonato, com um empate no Restelo após uma desvantagem de dois golos e um triunfo suado diante do Braga, tinha enchido a equipa de moral para o regresso a um estádio onde, na última época, fora goleado (4-1).

Não houve, ainda assim, oportunidades de montra para a equipa orientada por Pedro Martins, que explorou até à exaustão a velocidade dos homens dos corredores laterais. Foi assim que apareceram os remates de Bressan (8’ e 10’) e Guedes (22’).  

Por mais paradoxal que possa parecer, apesar deste prólogo, os principais lances de perigo na etapa inicial pertenceram à equipa da casa com uma cabeçada de Rúben Semedo ao travessão (37’) e outra de William para defesa segura de Cássio (28’).

Se fosse possível medir o grau de perigo das ocasiões de golo seriam, seguramente, estas a constar no topo da lista. Pelo meio houve, ainda, uma prenda vitoriana protagonizada pelo Paulo Tavares, mas Guedes não conseguiu ultrapassar o guarda-redes alemão dos sadinos (26’).

Seriam momentos mais do que suficientes para haver golos, mas ninguém conseguiu desatar o nó do zero a zero e colocar-se mais próximo do oásis da liderança da Liga Portuguesa.
 
Segunda parte cheia de golos

Pedro Martins percebeu o que faltava à equipa e lançou Yazalde para reforçar o poder de fogo no último terço. A alteração demonstrou apenas seis minutos até produzir efeitos já que o camisola 88 respondeu da melhor maneira a uma solicitação de Heldon e colocou o Rio Ave em vantagem (70’).

Antes disso já a formação de Vila do Conde tinha ameaçado, por Yazalde (68’) e Kayembe (70’), e, por isso, não se pode dizer que o golo visitante tenha sido uma surpresa.

Demorou apenas dez minutos a vantagem vilacondense, já que André Claro, na conversão de uma grande penalidade (80’), e Suk (86’) promoveram a cambalhota no marcador.

Parecia desbravado o caminho para o primeiro triunfo caseiro do Vitória, mas André Vilas Boas (90’) estragou a festa da equipa da casa e voltou a restabelecer a igualdade.

Ninguém sai do sado com a liderança, mas ficou uma boa tarde futebol que nem o calor intenso conseguiu atrapalhar.