Embate de Vitórias no Bonfim com os minhotos a saírem por cima, num duelo que colocou bem em evidência o atual momento dos dois homónimos da Liga. Os de Guimarães conseguiram, pela primeira vez esta época, dois triunfos consecutivos, o terceiro fora de casa, enquanto os sadinos afundam-se com o quinto desaire consecutivo [contabilizando a derrota na Taça de Portugal], sem conseguir reagir à goleada consentida na Luz. Um jogo marcado por duas grande penalidades, uma para cada lado, e um caso de difícil resolução, mesmo para o vídeoárbitro, em que os sadinos reclamavam o empate.

Confira a FICHA DO JOGO

Uma primeira parte, diga-se, bem animada a deixar as bancadas do Bonfim em polvorosa com dois lances capitais do jogo. Primeiro uma grande penalidade favorável aos minhotos que não deixa muitas dúvidas. Cruzamento de Heldon da esquerda e Semedo, em carrinho, cortou a bola com o braço. Na conversão do castigo máximo, Raphinha atirou a contar. Um golo que mudou desde logo o cariz do jogo. O Vitória da casa tinha entrado no jogo de uma forma bem mais comedida do que é habitual, procurando manter-se sempre bem organizado em termos defensivos, para depois procurar transições rápidas, mas o golo lançou os sadinos para a frente.

Uma reação que obrigou os minhotos a recuar no terreno na defesa da curta vantagem. É nesta altura que se regista o segundo caso que fez aumentar ainda mais a já visível contestação das bancadas. Na sequência de um canto de João Teixeira, Gonçalo Paciência cabeceou, a bola foi ao poste e Douglas sacou-a com o braço, ficando muitas dúvidas se esta terá passado a linha fatal. Vasco Santos consultou o VAR e mandou seguir, sem apontar para o centro do terreno, provocando um tumulto nas bancadas que exigiam o empate.

[veja o lance no vídeo abaixo e faça o seu veredicto]

Nesta altura, o Vitória sadino carregava por todos os lados, instalado no meio-campo dos minhotos, mas a verdade é que foi a equipa de Pedro Martins que teve as melhores oportunidades para aumentar a vantagem. Primeiro num disparate de Vasco Fernandes que, ao tentar atrasar uma bola para Cristiano, isolou Heldon que, com apenas o guarda-redes sadino pela frente atirou inexplicavelmente por cima. Poucos minutos depois, entre as cargas do Vitória caseiro, grande passe de Hurtado a lançar Raphinha que entrou na área destacado e atirou cruzado, ao lado.

Dois matchs points e golo

Duas oportunidades soberanas para o Vitória minhoto dar uma estocada no jogo, mas eram os sadinos que jogavam mais tempo no meio-campo adversário e no último lance da primeira parte também tiveram perto do empate, num ressalto que deixou João Teixeira em boa posição, mas o remate cruzado também saiu ao lado.

A segunda parte começou outra vez com o campo inclinado para a baliza de Douglas, com os minhotos mais retraídos à espera do terceiro match point do jogo. O Vitória da casa estava agora mais dinâmico com a entrada de João Amaral em detrimento do inconsequente Williyan e a equipa de Couceiro voltou a ameaçar o empate, num dos melhores lances da partida, mas Gonçalo Paciência atirou fraco para defesa fácil de Douglas. Na sequência do mesmo lance, chegou o tal match point que os minhotos aguardava. Rápido contra-ataque com Tallo e evoluir pela zona central e a servir Raphinha que, sobre a direita, atirou a contar. Balde de água fria no melhor momento dos sadinos. Ainda faltava meia-hora para o final, mas o Vitória tinha agora uma montanha para subir. Uma montanha que ameaçava crescer cada vez que os sadinos arriscavam na frente. Couceiro procurou alimentar o risco, prescindindo de Semedo [Vasco Fernandes foi para o centro da defesa e André Sousa fechou a ala esquerda] para juntar Edinho a Gonçalo Paciência.

Os sadinos tentaram tudo, mas chocaram persistentemente contra a parede, com os minhotos muito bem organizados em termos defensivos, com Celis e Wakaso a varrer toda a zona central e com Raphinha e Heldon a ajudarem os laterais a fecharem os corredores. O jogo seguiu intenso até ao final, com muita contestação nas bancadas, e os sadinos ainda reduziram, já muito perto do final, numa grande penalidade convertida por Gonçalo Paciência a punir uma falta de Jubal sobre Edinho.

Um triunfo que permite aos visitantes acompanhar o Rio Ave na perseguição ao Marítimo e que deixa a equipa da casa numa situação ainda mais complicada, com uma direção demissionária, um treinador que já colocou o lugar à disposição e uma equipa à deriva a afundar-se a olhos vistos na classificação.