Declarações do treinador do Marítimo, Vasco Seabra, na sala de imprensa do Estádio Futebol Clube de Vizela, após o empate ante o Vizela (1-1) em jogo da 33.ª e penúltima jornada da I Liga:

«Penso que foi um bom jogo, um bom espetáculo entre duas boas equipas, num ambiente fantástico, aproveitar para dar os parabéns ao Vizela pela manutenção garantida e por permanecer na I Liga.»

«Na primeira parte estávamos a conseguir sair. O problema é que, depois, não tivemos chegada no último terço tanto quanto desejávamos. Desbloqueávamos a pressão e depois voltávamos para trás e isso permitia que o Vizela voltasse a reagrupar. Na primeira parte temos situações de chegada através de canto combinado, em que podíamos ter criado mais frisson. Em defensivos estávamos bem, faltava aceleração após passar a pressão e foi isso que pedimos. Penso que na segunda parte virámos em termos de domínio territorial para o meio-campo ofensivo e, essencialmente, faltavam os golos para sair com os três pontos.»

[Expulsão:] «Eu sou exigente com os meus jogadores, para mim é inconcebível que, a cada segundo que treinamos ou jogamos, não treinemos no limite. Quando isso não acontece, tenho que ser forte com eles. Isto é um jogo de emoção, o estádio estava praticamente cheio, ambiente fantástico, duas boas equipas e tínhamos acabado de sofrer um golo. Houve lances discutíveis e parece-me completamente descabido que um treinador seja expulso porque diz ao árbitro: “marca mas é a falta que tens que marcar”. Retirar um treinador do jogo por uma coisa destas, parece-me descabido. Eu não trato mal o árbitro, não é habitual para mim ser expulso. Tenho respeito por toda a gente. Agora, tenho um respeito grande pela minha profissão e não me parece bem que possam brincar com a nossa profissão. Não me parece que tenha sido justificável.»

[Abraço a Álvaro Pacheco no final:] «Fui procurá-lo, ele ainda andava a distribuir abraços pelos adeptos, o Álvaro é muito efusivo, temos uma relação de amizade há muitos anos, mas eu sei como é que ele é, ele sabe como é que eu sou. Durante os 90 minutos ele foi o meu maior inimigo, mas acabou o jogo e somos amigos de longa data, uma amizade que prevalece e temos um respeito grande um pelo outro. Quando ele é meu parceiro de padel, tentamos dar cabo dos outros. Neste caso, era meu adversário, a gente tentou dar cabo um do outro.»

[Se é um resultado justo:] «A justiça e injustiça acaba por ser difícil, acabámos por ter oportunidades boas, mas o Vizela também teve na primeira parte uma mais clara. Acabámos por fazer um golo cada, acaba por ditar alguma justiça e a entrega de todos os intervenientes.»