Um golo de Yan Matheus, aos 72 minutos, valeu a primeira vitória do Moreirense de César Peixoto no campeonato, ao seu quinto jogo na prova. Os minhotos igualam os 13 pontos dos açorianos, que sofreram a sexta derrota, a quarta nas últimas cinco jornadas.

No primeiro embate de dois no espaço de duas semanas – a 12 de janeiro há reencontro no Minho para os «oitavos» da Taça de Portugal – foi um lance tão caricato quanto estranho a decidir o desfecho. Foi preciso esperar pela indicação de Iancu Vasilica para o centro do relvado, após auxílio do vídeo-árbitro, para Yan ajoelhar no relvado, de garrafa de água na mão, festejando a estreia a marcar pelos cónegos. Decisiva.

Tudo começou num passe de Rosic para D’Alberto, mas foi Mikel Villanueva que tocou e, involuntariamente, isolou Yan - que estava completamente acampado - na cara de Marco. Quase a passo e na dúvida se estava em fora-de-jogo, o brasileiro caminhou a passo para a baliza e, pelo sim pelo não, marcou. Mal comemorou. O mesmo aconteceu com o banco do Moreirense. A total expectativa foi desfeita instantes depois: era mesmo considerado toque final do venezuelano, o que tornava o lance legal.

Alegria de um lado. Do outro, desalento. E busca por um empate que não chegou.

Foi na verdade a partir do 1-0 que a animosidade cresceu. Do campo aos bancos de suplentes, com mais rispidez e decisões contestadas do lado dos açorianos por lances divididos: o adjunto, Renato Pontes, acabou mesmo expulso por alegadas palavras.

Sem Rafael Ramos e André Ferreira, infetados com covid-19 antes do jogo, o Santa Clara surgiu com três mudanças no onze, tantas quantas o Moreirense.

A posse de bola foi sempre maior do lado visitante, com um Moreirense mais rematador. Da primeira parte houve pouco digno de registo junto das balizas, à exceção de um remate perigoso de Rashid e da lesão de Derik nos minhotos, aos 42 minutos.

Na segunda parte, Carlos Júnior tentou animar e rematou à malha lateral e, a seguir, Shahriyar só não ficou isolado porque Fábio Pacheco fez um corte espetacular, evitando que o iraniano ficasse isolado.

Num jogo equilibrado, com substanciais momentos em crescendo de uma e outra equipa, o Santa Clara acabou traído num lance algo inesperado, quando estava globalmente melhor e à procura do golo.

Num jogo muito faltoso – 39 faltas assinaladas no total – houve mais virilidade nos minutos finais, que foram mais rasgadinhos e deixaram o Santa Clara de mãos a abanar e com indignação evidente nos rostos.