Tamagnini Nené, Diamantino Miranda. Dois nomes, dois goleadores da antiga Luz e do Benfica 1983/84 de Eriksson. Óscar Cardozo e Lima. Sucessores de uma dupla infernal, 29 anos depois. É esse o tempo que passa até se descobrir dois pontas de lança em coexistência na Luz com mais de 20 golos cada um na temporada.

A importância de ter Lima

Nos idos de 1983 e 84, Nené e Diamantino produziram 52 golos em conjunto: 27 para o homem que «nunca sujava os calções», 25 para o natural de Sarilhos Pequenos. Com a chegada de Lima, Jorge Jesus pôde reproduzir algo idêntico no Benfica 2012/13.

Cardozo leva 26 golos nesta época, em todas as provas. O Tacuara tem cumprido como nas últimas temporadas e é um dos responsáveis para a segunda melhor média encarnada, em golos, da era Jesus. Mas na verdade o paraguaio nunca teve um companheiro tão próximo como Lima. Nem mesmo Saviola, apesar da parceria com El Conejo ser a maior dos últimos 30 anos.

O argentino é aquele que tem melhor sociedade do golo com Cardozo. Em 2009/10, o paraguaio fez 38 golos, El Conejo 19. Ou seja, em conjunto fizeram 57 (é preciso ir até 1982/83 e reparar que Nené e Filipovic marcaram 59 golos). Lima e Cardozo estão a uma dezena do registo de 2009/10.

Se a dez jogos (certos) do final da época, o camisola 7 das águias está a 12 do recorde pessoal na Luz, tem agora ao lado alguém que o acompanha: Lima leva 21 golos, ou seja, é, até ver, quem melhor rendimento teve com o Tacuara.

Lima e Cardozo estão a cinco golos dos 52 que Nené e Diamantino marcaram em conjunto. Ainda que essa equipa de Eriksson contasse com outro grande goleador: Manniche fez 16. Um papel que na equipa de Jesus é repartido entre Rodrigo e Salvio (10 golos cada), já agora.

Há uma dupla que fez mais golos que Nené e Diamantino, numa temporada, mas menos que Saviola e Cardozo. Magnusson e Vata marcaram 56 golos em 1989/90. O problema é que o angolano contribuiu com 16 para esse número. O sueco foi astronómico, tal como o paraguaio no ano do último título de campeão que foi para a Luz.