Lisandro foi o melhor jogador do F.C. Porto no ataque, mas na verdade pediram-lhe mais do que isso. Acabou a jogar entre os médios e os homens mais avançados, numa exibição de grande sacrifício. Nunca disse que não. Como sempre.
Nos primeiros dez minutos, uma falta sofrida e uma perda de bola. É um período terrível para a equipa, que sofre um golo e não tem bola.
O argentino, de resto, perde-a duas vezes, aos 11 e 19 minutos. Troca-a outras duas vezes, com Lucho. Sofre a segunda falta, por Carrick. Mais duas perdas de bola. Um passe aos 24 minutos. Primeiro remate no instante seguinte. Não é famoso para um avançado, mas de facto a partida está complicada para os portistas.
Até ao intervalo, apenas mais quatro acções com bola: cruzamento, arrancada pela direita, perda e remate à baliza.
Não se pode dizer que a exibição estivesse a ser famosa.
Depois do intervalo, seis acções até aos 60 minutos. Lisandro oscila pela frente de ataque. Faz faltas. Sofre faltas. Pega na bola e tenta arrancadas a partir de trás, sobretudo depois da entrada de Farias.
O tempo joga contra, mas Lisandro está agora mais presente do que nunca no jogo portista. Recuperação, passe, procura Mariano. Está a chegar o minuto 85. Podia ter sido o da glória. O cruzamento chega da direita, Lisandro está perto da pequena área. Remata de primeira ou arrepende-se para sempre. Decide. Remata de pé direito. Não sai fantástico. Van der Sar defende.
Ainda há tempo. Se não para ganhar, pelo menos para lutar. É isso que Lisandro faz. O F.C. Porto cai ali. O argentino não assina uma exibição memorável, mas fica como exemplo do que deve ser um campeão.
A análise aos 90 minutos de Lisandro foram feitas a partir das imagens televisivas do F.C. Porto-Manchester United, transmitidas pela RTP1