O sismo desta quinta-feira na Região de Lisboa e Vale do Tejo está a dividir os especialistas ouvidos pela TVI. Se, por um lado, há quem defenda que este foi só mais um tremor numa zona de atividade sísmica, por outro, há quem alerte para a escassez de medidas anti-sísmicas e lembre os terramotos que destruíram a capital em 1531, 1755 e 1909.

«É um sismo de uma magnitude relativamente reduzida, 3,4. Simplesmente, como ocorreu muito próximo de zonas habitadas acaba por ser bem percecionado pela população embora os efeitos sejam apenas a esse nível. Não há lugar a danos. É um sismo que não tem nada de anómalo nesta zona. Faz parte de um sistema que só por si não representa uma anomalia», explica o engenheiro Fernando Carrilho, do departamento de sismologia do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Já o sismólogo Miguel Miranda considera que um sismo de magnitude 3,4 pode tornar-se perigoso consoante a profundidade do epicentro e lembra que o fenómeno ocorreu na mesma estrutura geológica que provocou o terramoto que dizimou Lisboa em 1531.

«Este sismo é muito importante e tem de ser visto com muita atenção. Está localizado numa estrutura geológica à qual se atribui, por exemplo, o sismo que destruiu Lisboa em 1531», refere o sismólogo, dizendo que foi apenas um alerta para o que pode voltar a ocorrer num futuro próximo, alertando ainda para a falta medidas preventivas que têm vindo a ser tomadas no distrito de Lisboa.