É o momento alto da abertura dos Jogos Olímpicos. Quando o estádio fica em silêncio para o acender da chama. Esta noite, Londres surpreendeu. E no passado? As melhores recordações desses momentos.

Berlim 1936

Numa megalómana exibição de propaganda do regime de Hitler, quem acendeu a chama foi Fritz Schilgen, atleta menor escolhido pelo porte ariano. Depois houve Jesse Owens a embaraçar a cartilha nazi.



Londres 1948

Nos primeiros Jogos depois da II Guerra, a escolha britânica foi John Mark. Também não era atleta olímpico e foi escolhido pela aparência, por ter um porte grego. A escolha foi muito criticada.



Tóquio 1964

Um momento de grande simbolismo. Quem acendeu a chama olímpica foi Yoshinori Sakai, um jovem de 19 anos que tinha nascido a 6 de agosto de 1945, o dia da bomba atómica sobre Hiroshima.



Moscovo 1980

O regime soviético preparou um grande espetáculo para a abertura dos seus Jogos. O basquetebolista Sergey Belov subiu uma passadeira que surgiu do nada por entre os espectadores, acompanhado por uma impressionante coreografia nas bancadas.



Los Angeles 1984

Muitos recordarão essa cerimónia de abertura pela imagem do homem-foguete que sobrevoou o estádio. No acender da chama, o antigo decatlonista Rafer Johnson pegou fogo aos anéis olímpicos, que o propagaram à pira, lá em cima.



Seul 1988

O dia em que acabaram as pombas brancas. A cerimónia do acender da chama envolvia a subida de uma plataforma até à pira. Só que estavam vários pombos pousados sobre a pira, e morreram queimados. Nunca mais se fez a revoada de pombos, símbolo de paz, antes do acender da chama.



Barcelona 1992

O disparar da flecha pelo atirador de arco paralímpico Antonio Rebollo foi talvez o mais memorável acender da chama de sempre. A seta voou sobre a pira, que acendeu. Desde então especulou-se que Rebollo até teria falhado o alvo, mas o sistema estava preparado para acender de qualquer forma. A versão oficial é que a trajetória da seta teria de ser na horizontal sobre a pira, para cair fora do estádio.



Atlanta 1996

Um momento recordado por muitos. Muhammad Ali, um dos grandes desportistas da história, já limitado pela doença de Parkinson, acendeu o cabo que levou a chama até ao topo.



Sydney 2000

Cathy Freeman, a atleta aborígene que foi a imagem dos Jogos australianos, acendeu a chama no meio de um cenário impressionante de água e fogo.



Pequim 2008

A imagem do ginasta Li Ning a «voar» sobre o estádio até chegar ao cabo que incendiou a pira é memorável.