De repente, no Estádio do Bessa, recuou-se até 1997, ano em que Jaime Pacheco pisou pela primeira vez a casa do Boavista. Muita coisa mudou entretanto, o clube cresceu, foi campeão e viu o treinador sair, mas hoje, no regresso ao mesmo local, foram recordados os tempos em que o xadrez começou a sonhar.
João Loureiro pegou nessa premissa para (re)apresentar Pacheco aos adeptos, vincando a «qualidade, vontade e rigor que imprime em tudo o que faz». As memórias tiveram um papel importante na cerimónia: «Estava há um ano e tal na presidência quando o Jaime veio para esta casa pela primeira vez. As condições desportivamente eram muito parecidas, estávamos mal classificados e existia algum desânimo. Na altura, pela minha intuição, optei pela sua contratação e a verdade é que foi talvez a melhor decisão que tomei enquanto presidente do Boavista. Isso jamais poderá ser retirado da nossa história, pois foram as mais belas páginas que conseguimos escrever em toda a nossa história».
Pegando nesse espírito muito próprio de Pacheco, o presidente axadrezado espera que a equipa volte a ter um sorriso no rosto. «Sei que o Jaime vem com o mesmo espírito que trouxe nesse dia. Vem-nos trazer a alegria que precisamos, porque é uma pessoa bem disposta. Ele, que vem de fora, vai-nos trazer a alegria, vontade e energia para nos ajudar a recuperar o mais rapidamente possível em termos desportivos», explicou, traçando metas específicas.
«Primeiro tem de conhecer o plantel, tentar fazer pontos e estabilizar a equipa na tabela classificativa, por isso até final do ano não quero entrar em grandes objectivos», apontou, deixando bem assente que não haverá mais vendas: «Em Janeiro não será nenhum jogador do Boavista, a não ser que seja desejo do treinador. Só sai quem estiver a mais e em Janeiro, a haver mudanças, será para reforçar e não para perder qualidade»
«Como da primeira vez»
Para além de ter deixado uma «palavra de apreço» à equipa técnica anterior, e de ter assegurado que Pedro Barny «foi convidado a exercer outras funções na SAD», João Loureiro sublinhou a aposta em Jaime Pacheco, pedindo mesmo aos sócios para o apoiarem:
«Desejo-lhe a melhor sorte do mundo, pois a sua sorte vai ser a sorte dos boavisteiros. Peço que lhe dêem todo o apoio possível, porque vai ser a peça-chave para termos todo o tipo de alegrias, depois de algumas desilusões. Tenho a certeza que o Jaime, com a sua energia, vai dar ao Boavista aquilo que merece, que é bem mais do que aquilo que tem tido», frisou, abordando ligeiramente a última passagem do treinador pelo Bessa.
«Estivemos a analisar um pouco porque é que alguma coisa não correu tão bem na última vez que ele cá esteve. Sendo certo que eu recordo que a sete jornadas do fim, e com uma equipa praticamente toda nova, estávamos a dois pontos do primeiro lugar. Na altura não houve despedimento, foi o Jaime que colocou o lugar à disposição. É certo que algumas coisas correram mal na parte final da época, mas desta vez tenho a certeza que vamos entrar rigorosamente como da primeira vez que aqui começámos».