Contam-se pelos dedos de uma mão, e ainda sobra o polegar, os jogos que Lucho González falhou em quatro épocas de F.C. Porto devido a lesão. Foram apenas quatro encontros (dois para a Liga, uma para a Supertaça Cândido de Oliveira e um para a Liga dos Campeões) em que os azuis e brancos se viram privados do médio argentino.
Um caso sério de disponibilidade física, portanto. Aliás, aos quatro jogos que teve que falhar, há apenas a somar mais dois em que acusou sobrecarga física e Jesualdo resolveu dar-lhe descanso para gestão do esforço: a época passada em Guimarães (quando a equipa já era campeã) e no início desta época na recepção ao P. Ferreira.
Também por isso impressionam os números que Lucho apresenta em quatro anos de F.C. Porto: na primeira época fez 39 jogos oficiais, na temporada seguinte cumpriu 38 encontros, no ano passado participou outra vez em 38 partidas e esta época ameaçava bater o recorde: já cumpriu 35 jogos, quando faltam sete jogos (ou oito) para o fim.
Carlos Azenha realça departamento médico do F.C. Porto e excelência de Lucho
Carlos Azenha trabalhou durante dois anos com Lucho González e diz que não o surpreende as lesões raras de um jogador que raramente pára. «Não me surpreende por três razões: em primeiro lugar devido à qualidade do departamento médico, em segundo por causa da qualidade do treino e em último pela qualidade profissional do atleta.»
O treinador diz que o último aspecto não é o menos importante. «Lucho é um atleta exemplar, que se resguarda, que cumpre nos treinos, é dos melhores profissionais com quem trabalhei. A maior parte dos problemas dele são musculares, devido ao excesso de jogos e por isso são importantes os processos de treino do clube.»
Neste aspecto particular, Carlos Azenha realça o trabalho de Jesualdo. «Tem méritos conhecidos por toda a gente, métodos bem definidos e que previnem o aparecimento de lesões». Para além disso, há a excelência do departamento médico do F.C. Porto. «Não só na recuperação rápida de lesões, mas também na prevenção dos problemas físicos.».
«É preciso lembrar que o F.C. Porto, no último estudo efectuado pela UEFA, foi o clube mais bem cotado entre 32 equipas europeias no rácio entre lesões por atleta e por equipa. O F.C. Porto foi considerado o exemplo número um em toda a Europa. Isso é realmente mérito do departamento médico de excelência que o clube possui», termina.
A lesão que vai obrigar Lucho a falhar o resto da temporada, devido a uma rotura do menisco no joelho esquerdo, é a mais grave que o argentino já viveu. Aliás, trata-se de uma lesão que além de muscular é também traumática. Curiosamente, Lucho tinha acusado um traumatismo no mesmo joelho esquerdo no final do jogo com o Rio Ave.
Lesões de Lucho:
05/06
- 30 de Janeiro, entorse no tornozelo direito, duas semanas de recuperação (falhou empate 0-0 com Rio Ave para a Liga)
- 26 de Março, entorse no joelho esquerdo, duas semanas de recuperação (falhou vitória por 3-0 sobre Gil Vicente para a Liga)
06/07
- 10 de Agosto, recaída da lesão no adutor esquerdo contraída durante o Mundial 2006, duas semanas de recuperação (falhou vitória 3-0 sobre V. Setúbal para a Supertaça).
07/08
- 7 de Outubro, escoriação traumática na perna direita, uma semana de recuperação, não falhou nenhum jogo.
- 2 de Novembro, estiramento no ligamento peronial lateral, semana e meia de recuperação (falhou vitória 2-1 sobre o Marselha para a Liga dos Campeões).
- 25 de Abril, sobrecarga de esforço, uma semana em gestão física (falhou vitória por 5-0 sobre o V. Guimarães para a Liga).
08/09
- 24 de Setembro, sobrecarga de esforço, uma semana de gestão física (falhou vitória por 2-0 sobre o P. Ferreira para a Liga).
- 31 de Dezembro, entorse no joelho direito, dois dias de recuperação (não falhou nenhum jogo).
- 15 de Fevereiro, traumatismo no joelho esquerdo, cinco dias de recuperação (não falhou nenhum jogo)