A final da Taça da Liga proporciona alguns momentos pouco habituais no futebol em geral, e em Portugal em particular. Para além das conferências de imprensa que «misturam» duas equipas, também se deu voz a outro interveniente do espectáculo. Lucílio Baptista, o árbitro nomeado para o duelo entre Sporting e Benfica, aplaudiu o espírito que dominou os últimos dias e espera que se mantenha até final.
«É uma competição nova mas especial. Espero que seja um prolongamento do que foi a semana. Tivemos os capitães das duas equipas na mesma conferência. O mesmo se vai passar com os treinadores. Há um espírito de festa e de fair-play. Espero que perdure. Que façam do jogo uma festa», desejou o juiz setubalense.
Com a carreira a entrar na recta final, Lucílio já recebeu críticas de Benfica e Sporting, mas tudo isso é esquecido na hora do apito inicial: «Não interessa o passado, interessa é este jogo. É o jogo mais importante da carreira, até ao momento.»
Um prémio que não cai do céu
Assumindo um «orgulho tremendo» pela nomeação, o árbitro da A.F. Setúbal destaca ainda o «peso» de Benfica e Sporting: «Uma final nunca é a brincar, principalmente entre dois clubes com a dimensão de Sporting e Benfica.»
Com tantos anos de carreira, Luciílio assume que já existe um «conhecimento mútuo», de equipa para equipa e com os árbitros também, mas garante que o seu olhar «vai ser o mesmo».
A cerca de um ano da reforma, o árbitro de Setúbal aceita a nomeação como um prémio de carreira, pelo qual lutava, mas que não é caído do céu. «Mentiria se dissesse que não tinha este objectivo. Tenho este e tenho mais. Até ao último dia da carreira vou ter objectivos. Só tenho a agradecer à Comissão de Arbitragem. Foi um prémio pelo valor, e não só por ser prémio», disse Lucílio Baptista.