Lucílio Baptista manifestou-se orgulhoso pelo convite para dirigir a final da Taça da Ucrânia, no próximo dia 2 de Maio, no Estádio Olímpico de Kiev. O árbitro internacional português considera o convite «invulgar», embora também já tenha dirigido uma final da Taça na Arábia Saudita, há dois anos, mas, acima de tudo, «prestigiante», não só para a sua carreira, a título individual, mas também para o futebol português em geral.
«É um convite invulgar, mas já há dois anos também tive a oportunidade de dirigir uma final da Taça na Arábia Saudita, numa situação idêntica. É um convite que enche de orgulho a Federação Portuguesa de Futebol e o futebol português. Desconheço o motivo desse convite, embora tenha conhecimento que na Rússia e na Ucrânia seja habitual recorrerem a árbitros estrangeiros para os jogos mais complicados. Agora para uma final da Taça, que normalmente é o jogo mais importante de cada país, é particularmente invulgar», começou por destacar, numa altura em que ainda procura recolher informações sobre a referida partida que vai colocar frente-a-frente Dínamo Kiev e Metalurg.
«Só tenho a indicação da hora e do local do jogo, ainda nem sei quais são as equipas. Nunca estive na Ucrânia, mas já estive na vizinha Rússia e já dirigi vários jogos com equipas ucranianas, quer a nível das competições europeias, quer de selecções. Conheço bem o futebol ucraniano mas, de qualquer forma, quando tiver mais informações sobre as equipas, vou-me preparar como se fosse o jogo mais importante da minha carreira. Além do meu prestígio pessoal, vai também estar em causa o prestígio da FPF e do futebol português», referiu.
Uma situação inversa, com um árbitro ucraniano a apitar uma final da Taça de Portugal, no Estádio Nacional, iria certamente provocar reacções negativas da parte dos árbitros portugueses, mas Lucílio Baptista encara essa hipotética situação com naturalidade e diz mesmo que é o «caminho para o futuro».
«É uma questão interessante, mas sou daqueles que defende a troca de experiências entre árbitros a nível europeu. É uma das formas de acalmar as contestações às arbitragens de cada país. Acho normal que um árbitro inglês venha apitar um jogo a Portugal, como os árbitros portugueses irem ao estrangeiro. No mercado aberto em que vivemos também temos de ter o espírito aberto. Não nos podemos deixar ficar para trás, acho que isto vai ser mesmo o futuro, nomeadamente nos campeonatos com maiores dificuldades que são os latinos, em que a paixão está muitas vezes acima da razão», comentou o juiz de Setúbal.
Além de Lucílio Baptista, a FPF apontou ainda José Cardinal e Bertino Miranda, como árbitros assistentes, e ainda Bruno Paixão, como quarto árbitro, na resposta ao pedido da sua congénere da Ucrânia (ver peça à parte no link lateral).