Os «Lugares Incomuns» continuam a dar mediatismo a quem não o tem em Portugal através do Maisfutebol. Olhamos para os campeões periféricos, os que marcam golos sem os poderem rever de todos os ângulos, os que treinam sem terem a possibilidade de observar em vídeo o adversário, mas também para os que lá atrás brilham sem ter o privilégio de aparecer nos resumos.
Yerry Mina não é o defesa mais discreto do mundo, confessemos. A veia goleadora na bola parada ofensiva não deixa ninguém indiferente e o seu carimbo de gigante não pode deixá-lo passar despercebido. Falta-lhe ainda assim visibilidade suficiente para tudo aquilo que com 22 anos já vai dando ao futebol. Por aqui já teve uma pequena referência como um dos cinco melhores da Libertadores 2016, opinião sem os prémios individuais que começam finalmente a surgir. Esses prémios que valem agora que seja aqui descodificado ao detalhe.
De outubro até cá, sem mudar uma vírgula ao que foi dito então, mas sim acrescentando. Mina transferiu-se do Independiente Santa Fé para os brasileiros do Palmeiras e ao serviço do Verdão viu-se obrigado (e trabalhado nesse sentido) a melhorar o capítulo posicional, principalmente aquele que assume quando a equipa tem a bola para evitar descompensações na hora da perda. Ganhou critério na decisão entre contribuir para a primeira fase de construção ou bater longo quando não tem condições para dar o melhor seguimento ao lance sem ter que recorrer ao drible no sector defensivo.
Deixou de ser apenas uma promessa e converteu-se numa confirmação do que tem para dar na Europa. Em 15 jogos. Poucos quantitativamente, mas muitos qualitativamente. Os suficientes para num campeonato (o Brasileirão) a 38 jornadas ter sido eleito para a equipa do ano sem sequer ter realizado toda a segunda volta. Um prémio oficial de «Craque do Brasileirão», como zagueiro (defesa central em português do Brasil), atribuído numa parceria entre a Confederação Brasileira de Futebol e a Rede Globo com um colégio eleitoral composto por treinadores, jogadores, ex-jogadores e jornalistas.
O já cinco vezes internacional colombiano, o único não brasileiro a constar nesse melhor 11 da liga, é um engenho em contrarrelógio que vaticino estar cada vez mais próximo de dar o salto para um clube onde possa evoluir ainda mais e tornar-se um dos melhores da sua posição.