Os «Lugares Incomuns» do futebol internacional foram pela primeira vez até ao Azerbaijão. O país da região do Caucaso viu regressar um bombardeiro com algumas páginas escritas no seu território e o Maisfutebol aproveitou para o observar.

Subotić até nasceu em Zagreb, capital da Croácia, mas ainda muito novo mudou-se para a Suíça. E foi precisamente lá que despertou para o futebol. Era impossível pedir melhor que o grande Basileia para a sua formação. Uma formação que ainda assim não obteve continuidade.

Embora tenha disputado seis jogos pela seleção sub-19 da Suíça, Danijel não chegou a jogar pelos seniores do FC Basel. Em janeiro de 2008, foi transferido para a conceituada Premier League para representar os ingleses do Portsmouth.

Ficou por terras britânicas durante duas temporadas, mas o melhor que conseguiu foi jogar pela equipa de reservas. Situação natural quando olhamos para um plantel que tinha nomes como Jermain Defoe, Peter Crouch, David Nugent, Gekas, ou mesmo Ben Sahar, para a sua posição.

Pelo meio foi emprestado aos belgas do Zulte Waregem. Marcou apenas 1 golo em 13 jogos e foi devolvido à procedência. O Grosseto, na altura na Série B (segunda liga) de Itália, anunciou que o ponta de lança estava em testes no clube. Ainda deu para realizar 4 encontros, mas a curta experiência sem golos valeu nova devolução em apenas duas semanas.

A carreira (a sério!) começou de seguida. Subotić tinha 22 anos quando assinou pelo Universitatea Craiova. Nos romenos fez o gosto ao pé por 5 vezes em meia época e depois continuou a somar jogos no Târgu Mures e no Volyn Lutsk.

Com 24 primaveras despertava finalmente para os golos... com consistência. Provavelmente na liga mais fraca da sua carreira, a modesta Primeira Liga onde o Gabala FK é dos principais protagonistas, o striker não só afinou a pontaria como deu a conhecer outros dotes que iremos exibir mais à frente.

Foram 12 golos em 29 jogos. Rejeitou a possibilidade de renovação com o Gabala pelos cifrões do Qadsia (Kuwait) e a repetição quase perfeita dos seus números (12g/28j) levou-o a dar uma volta pelos moldavos do Sheriff Tiraspol (15g/35j) e regressar ao ponto da origem (com um contrato de 6 meses) dos «golos como o ketchup», diria o nosso Cristiano Ronaldo.

Danijel Subotić está muito longe de ser um craque ou uma promessa em quem ninguém reparou. Merece o destaque nesta rubrica pelos detalhes interessantes que ofuscam peças de campeonatos secundários. É como um pacote de arroz no meio de alimentos que não estão comestíveis.

Com mais de metro e noventa, o suíço domina o jogo aéreo e faz disso um capítulo extenso sobre finalização. É a maior diferença para Óscar Cardozo. O gigante é dotado de um pé esquerdo canhão, sabe que não se deve desaproveitar na pequena área e tem qualidade técnica de sobra escondida pela pouca agilidade, mas exibida essencialmente na qualidade de passe a furar o espaço entre lateral e central. Características familiares ao paraguaio, certo?

Acrescenta um bom first touch, como os ingleses gostam de chamar, numa referência à capacidade de dominar a bola ou soltar de primeira, especialidade em livres diretos e pontapés de penálti, para além da obrigatoriedade (a que não foge) em jogar de costas para a baliza.

É capaz de nunca vir a fazer chamada de capa num jornal europeu, muito menos ser manchete, mas os bons pormenores já lhe valeram uma viagem de 4700km até aqui.