Os «Lugares Incomuns» do futebol internacional deambulam esta semana entre o início da Primera A do Equador e ainda da Copa Libertadores deste novo ano de 2017. Serão as competições privilegiadas para o Independiente del Valle de onde irá emergir Michael Steveen Estrada Martinez. Um nome invulgar e extenso apenas proporcional ao talento do avançado.

Estrada estreou-se aos 16 anos como sénior ao serviço do Macará (clube que se sagrou campeão da Primera B e regressou este ano à principal liga equatoriana), mudando-se por empréstimo para o El Nacional três anos depois (em 2016) e mostrando que tinha futebol para o patamar máximo do seu país. Não foi de estranhar a aproximação de um Independiente que pretende entrar na luta pelo título com o Barcelona Sporting Club e que não teve dúvidas em investir quase meio milhão de euros num jovem que foi o único dos 10 reforços do clube que não chegou a custo zero. Aos 20 já vestiu a camisola «negriazul», marcou, mais de uma vez, encantou os adeptos e contribuiu directamente para que o seu clube ultrapassasse a 1ª pré-eliminatória da competição de clubes mais mediática da América do Sul.

Começou com golo em casa dos peruanos do Deportivo Municipal. Após o tento decisivo do 0-1, voltou a marcar no 2-2 do jogo de volta e confirmou as suas credenciais. A evidência está materializada nos 19 golos em 38 jogos pelo El Nacional, mas promete agora conhecer novo capítulo quando cumprir a jornada inaugural de um campeonato que já rola para os que não entraram na fase mais prematura da prova de cariz internacional.

«El Diablo» é a alcunha perfeita para descrever um jogador que parece impossível de controlar. O faro de golo de Michael está em larga escala relacionado com a facilidade em andar à solta em espaços de finalização, uma habilidade fora do comum para jogar às escondidas com a defensiva contrária, a que alia um índice de aproveitamento muito interessante perante o guarda-redes. Embora com pouco jogo de cintura e também pouca mobilidade vertical, tem o extra de contribuir no processo de criação ao recuar facilmente e frequentemente até ao meio-campo segundo a dinâmica das equipas, fazendo lembrar curiosamente outro Martinez, o colombiano (ex-FC Porto) Jackson. Inteligente na forma como entende o jogo e o exibe na qualidade de plataforma para dar apoios frontais, tem muita margem de evolução substanciada na técnica e na arte de «saber jogar». Um ponta de lança para acompanhar.