Os «Lugares Incomuns» do futebol internacional «apanharam o avião» para o centro da América do Sul com o objetivo de apresentar um dos talentos mais precoces a crescer no Paraguai.
Formado no Tacuary entre 2004 e 2010, foi logo aos 16 anos que se estreou ao serviço do modesto clube do seu país natal. Titular indiscutível desde o primeiro instante, apontou sete golos em 51 partidas e despertou muito cedo o interesse de alguns clubes europeus bem cotados.
Não foi por isso de estranhar que Brian se movesse para os históricos ingleses do West Ham no mercado de verão de 2011, experiência que acabou por revelar-se prematura e terminou no final da temporada com apenas um jogo realizado, na FA Cup, pelos Hammers.
Como se costuma dizer, «o bom filho a casa torna», embora na segunda passagem pelo Tacuary com menos sucesso no rácio de golos (2 em 17) por jogo. Ainda assim, mudou-se para o Rubio Ñú e depois para o Libertad, onde em 2013 alcançou o seu primeiro registo estatístico de realce, com 11 golos em 27 jogos. Estavam lançadas as bases para chamar a si a atenção, agora com idade de sénior.
Contratado pelo Nacional, continuava no seu país e estreava-se finalmente na incrível Copa Libertadores e logo com um golo, golo esse que viria a revelar-se um mote para duas excelentes temporadas (apenas interrompidas pelo regresso a Inglaterra, durante meia época, emprestado ao Leeds United) com números (41 jogos-26 golos) dignos de um grande ponta de lança e com a conquista do único título coletivo (Liga Paraguaia Apertura 2014) até ao momento na carreira.
As excelentes performances fizeram o Lanús (Argentina) chamar por si, mas Brian Montenegro não conseguiu corresponder às expectativas e perdeu uma oportunidade de ouro num clube que é conhecido por ser um óptimo trampolim para a Europa.
Merece ainda assim ser destaque neste espaço por acreditar que apenas precisa de uma oportunidade num clube de segunda linha do nosso continente, com aspirações de conquistar algo, agora que tem 23 anos e exigência máxima para não haver desculpas para falhar.
A época começou da melhor forma no Olimpia de Asunción. No Rey de Copas são já três os golos em cinco encontros. Parecem estar abertas as hostilidades para limpar a pálida imagem e olhar para o futuro.
Embora possa jogar como extremo direito, é sendo a referência central ofensiva que mais destaca o sentido de oportunidade como baluarte do seu jogo. Dizer que tem golo, ou muito golo quando atua em equipas paraguaias, é o melhor elogio que se pode fazer a um jogador que para atingir um nível de excelência no capítulo da finalização apenas tem de trabalhar o seu pé fraco.
Procura como poucos os espaços vazios através do posicionamento sem bola e das dinâmicas com a equipa quando está entrosado, mas também pela qualidade que aporta no último passe/momento da decisão. Tem «pinta» de striker em toda a panóplia de movimentos prontos a enganar os seus opositores.
Cai facilmente nas faixas para criar desequilíbrios em contraste com a menor aptidão para recuar ao meio terreno e transportar jogo. Fora da área prefere fazer uso da arma no seu talentoso pé esquerdo, mas é dentro dela que a cabecear mais surpreende. Com apenas 179cm, vai beneficiando de ser diversas vezes deixado pelos adversários à conta do seu próprio destino e aproveitando para exibir todos os dotes de cabeceador pela colocação e principalmente super potência das suas bolas.
Um jogador «ioiô», pelo «sobe e desce» de época para época, que deixa uma dúvida no ar. Serão as balizas do Paraguai maiores que os habituais 2.44 metros por 7.32 metros? O melhor é mesmo ir medi-las.