Os «Lugares Incomuns» do futebol internacional não podiam ficar indiferentes à tragédia que vitimou uma equipa que deu a conhecer a todos os amantes da modalidade alguns desses melhores lugares ao longo das últimas temporadas. Uma ascensão meteórica, da Série D (4ª divisão do Brasil) à Série A (a primeira liga), que só podia ser interrompida num capítulo extra desportivo, um capítulo fatídico que contrapõe com outros tão mais bonitos escritos a partir de 2009. Para trás fica uma história de superação futebolística só ao alcance dos predestinados.

No calendário estava agendado um jogo que iria colocar a equipa da Chapecó à prova. A provar que o bom trabalho acaba por ser reconhecido, mesmo que apenas 7 anos depois do seu início, a provar que um conjunto sem história no país do futebol podia conquistar mais um troféu internacional para os brasileiros e principalmente a provar que não são precisos jogadores já reconhecidos para conquistar-se algo grandioso, mas sim oportunidade para o talento aparecer e confiança... muita confiança.

Um tributo para eles, jogadores e treinador, pela carreira e pelo que melhor fizeram. Sem esquemas táticos, sem modelos de jogo, sem qualquer referência à estratégia. O futebol é bem mais do que apenas isso. O Chapecoense sabia como fazê-lo na união, na crença e na superação. A história do clube ainda não teve um ponto final. Engane-se quem assim pensar. O tributo que se segue é apenas um capítulo dourado para eternizar.

Danilo Padilha

Depois de se destacar no Londrina, assumiu a titularidade da baliza do Chapecoense em 2014 para ser uma das figuras do clube ao realizar mais de 150 jogos. Jogou sempre no Brasil.

Guilherme Gimenez

O jovem defesa estava a começar a sua carreira ao nível sénior. Em 2015 tinha realizado 24 jogos pelo Goiás que lhe valeram a mudança para o Chapecoense, onde em apenas uma época vestiu a camisola verde por 51 vezes.

Marcelo

Emprestado pelo Cianorte ao Chapecoense, o defesa esteve nas últimas duas temporadas também por empréstimo no Flamengo. Somou 23 partidas nesta última aventura.

Mateus Caramelo

Cedido pelo São Paulo, o jovem alternou entre o clube de origem e Chapecó nas últimas 2 épocas, estando ainda à procura de se afirmar em alguma das equipas.

Dener

Titular indiscutível em 2015 e 2016, fez 119 jogos pelo Chapecoense após passagens menos conseguidas por Coritiba e Ituano. Era um lateral esquerdo com grande margem de progressão.

Willian Thiego

Um dos jogadores mais experientes do plantel. Jogou no Japão por empréstimo do Grémio, também no Azerbaijão e acabou a fazer uma época final de sonho pelo Chapecoense ao revelar-se um defesa goleador com os 8 tentos em 62 partidas.

Filipe Machado

Aos 32 anos fez quase tudo o que certamente sonhou. Desde a formação no Internacional, passando pelo CSKA Sofia na Bulgária, pelo Salernitana na Itália, o Albacete em Espanha, o Inter Baku no Azerbaijão, o Al-Fujairah nos Emirados Árabes Unidos até ao Saba Qom do Iraque,antes de fechar em chave de ouro com 19 encontros pelo Chapecoense.

Cléber Santana

Era o cara. Aos 35 anos de idade um currículo de fazer inveja a qualquer um. Começou no Sport, passou pelo Kashiwa Reysol do Japão e no quadro de honra ficam duas temporadas e mais de 50 jogos ao serviço do Atlético Madrid. Regressou ao Brasil e não mais quis sair, realizando uns impressionantes 65 jogos nesta última temporada. No total foram 540 partidas e 57 golos.

Gil

Brilhou nos dois clubes amigos: Coritiba e Chapecoense. Em ambos ficou muito perto de chegar aos 100 jogos. Fica na história dos clubes e como um dos mais importantes elementos da sensacional equipa de Chapecó.

Josimar

A sua única experiência internacional aconteceu ao serviço do Al-Watani da Arábia Saudita, já no Brasil deixou um legado de mais de 200 partidas efectuadas entre equipas como Internacional, Ponte Preta e Chapecoense.

Matheus Biteco

O médio de 21 anos estava em início de carreira emprestado pelo Barra ao Chapecoense onde conseguiu deixar a sua marca com 24 jogos.

Arthur Maia

24 anos com muito futebol nas pernas. Mais de 140 partidas com destaque para as passagens por Vitória, Joinville, América e Flamengo além da experiência por empréstimo no Kawasaki Frontale do Japão. Estava no Chapecoense por empréstimo do Vitória.

Tiaguinho

O jovem extremo estava a mostrar valor na sua época de estreia na Série A após ter chegado ao Chapecoense proveniente do Metropolitano. Fez 23 partidas e 4 golos.

Sérgio Manoel

Não conheceu outro país para além do Brasil. Passou pelo Coritiba e no Chapecoense estava a fazer a sua temporada em que foi mais utilizado.

Bruno Rangel

Aos 34 anos apenas colecionava uma experiência internacional ao serviço do Al-Arabi no Qatar. No Brasil dispensa apresentações para além da sua ficha que contém 240 jogos com 108 golos no país do samba.

Lucas Gomes

Terminou a carreira com 55 jogos, em apenas uma temporada, no Chapecoense por empréstimo do Londrina. Jogou sempre no Brasil.

Kempes

Mais de 300 jogos, quase 100 golos. Lá fora teve duas experiências no Japão: Cerezo Osaka e JEF United. No Brasil, aos 34 anos, realizava a sua melhor temporada e mais regular da carreira ao serviço do Chapecoense.

Ananias

Como quase todos os outros, estava a viver os melhores anos da sua carreira no clube da Chapecó. Em duas temporadas realizou 92 jogos e fez 16 golos.

Ailton Canela

Pouco utilizado no Chapecoense, podia ter sido aposta no jogo decisivo. Tinha chegado já com a época a decorrer proveniente do Cianorte.

Caio Júnior

Dispensa apresentações em Portugal. No Brasil muito menos. Como jogador destacou-se no Vitória de Guimarães, passou por Estrela da Amadora e Belenenses, além do percurso no seu país natal. Enquanto treinador experimentou vários países e continentes mas foi no Chapecoense que partiu com a certeza de que depois do que conseguiu pelo clube «morreria feliz».