Luís Castro fala com cautelas de Roger Schmidt. Diz que reagiu com satisfação aos elogios do treinador alemão, referindo que são um grande motivo de orgulho, mas não se atravessa muito sobre a boa notícia que significa para a formação a chegada de um técnico com passado comprovado na aposta nos jovens.

Diz, isso sim, que no próximo ano vai haver campeões da Youth League no plantel principal e que é importante que eles se afirmem, por eles e pelos outros: se o fizerem, podem abrir muitas portas a outros colegas. Pelo caminho, diz que não será preciso, mas que se for preciso está disponível para participar na construção do plantel principal.

Parte I - «Comecei no infantis do Vizela e tenho um orgulho tremendo no meu percurso»
Parte II - «Diego Moreira evoluiu muito, já não é só drible para a frente e para trás»

Olhando para a qualidade na formação e para o gosto dele em lançar jovens, acha que Roger Schmidt chega na melhor altura ao Benfica?

Acho que isso é um assunto que tem que ser visto lá em cima. Claro que nós, que trabalhamos na formação, esperamos que haja uma aposta na formação. Mas sobretudo percebemos que há da parte do Benfica, de quem está no topo, a noção do que se está a passar cá em baixo e um conhecimento dos jogadores. Por isso eu acredito que o Benfica vai apostar nestes jovens e que vai tirar muitos frutos dessa aposta.

Como reagiu às declarações do Roger Schmidt, que disse à TVI que a vitória na Youth League foi «impressionante»?

Fico feliz. Com as declarações dele e de toda a gente que perceba de futebol. O Roger Schmidt está no estrangeiro, se calhar observou o jogo com outra atenção por estar próximo do Benfica, é um treinador que ainda agora ganhou troféus no futebol holandês e deixa-me feliz saber que ele olha para o nosso jogo e faz um elogio desses.

Gostava de ser consultado sobre a constituição do próximo plantel da equipa A?

Não acho que haja necessidade disso porque eu sou consultado em várias reuniões da formação sobre aquilo que achamos de cada jogador, o projeto que temos para cada um, o que é que achamos do futuro deles, qual é o melhor projeto para cada um. Acredito que as pessoas estão nessas reuniões, depois de fazerem um filtro daquilo que é falado, passam a mensagem. Mas se me chamarem e me pedirem opinião, eu vou dá-la com é evidente em prol do Benfica.

Quantos destes jogadores gostava de ver no plantel principal nos próximos dois anos?

Todos. Aí era o melhor troféu da minha vida. Mas isto não é por gostos, tem de haver ponderação e planificação. Eu acho que no próximo ano alguns vão estar. É importante que esses se afirmem. Não só por eles, mas também pelos outros, para as pessoas perceberem que afinal existe qualidade e abrirem portas para outros. Se estes primeiros que forem agora derem conta do recado, acredito que temos hipóteses ter muitos num futuro próximo.