A SAD do Benfica lançou um novo empréstimo obrigacionista (2021-2024) na passada segunda-feira, mas entretanto, no próximo dia 16 de julho, vai avançar para o reembolso de um financiamento anterior (2018-2021).

Essa operação envolveu um montante inicial de 45 milhões de euros, sendo que a sociedade encarnada fez um primeiro reembolso de 25,02 milhões de euros, em janeiro de 2020. Para a próxima sexta-feira está previsto o restante reembolso aos subscritores, de 19,98 milhões de euros, como foi confirmado em informação enviada esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A SAD tem agora uma nova operação do género em curso (2021-2024), que serve precisamente para «reforço da liquidez na sequência do reembolso do empréstimo obrigacionista denominado Benfica SAD 2018-2021», conforme assume o prospeto disponibilizado a potenciais investidores.

Esta é uma operação utilizada regularmente pelas sociedades desportivas: recorrem a empréstimos obrigacionistas para repor a liquidez financeira, uma vez que as novas operações permitem equilibrar as contas perante o pagamento de emissões anteriores.

Aqui também é essa a estratégia assumida. A questão agora é saber qual será o resultado final do empréstimo obrigacionista em curso, que termina a 23 de julho. O encaixe previsto é de 35 milhões, mas até pode ser superior, uma vez que a operação contempla a possibilidade de aumentar esse teto máximo, se a sociedade assim o solicitar, até ao próximo dia 13 de julho.

A SAD estará naturalmente apreensiva relativamente aos eventuais efeitos da detenção do presidente Luís Filipe Vieira na procura das obrigações.

De referir que, no prospeto da operação em curso, os processos judiciais já estavam entre os fatores de risco reportados aos potenciais investidores.

«À data deste Prospeto, existem processos judiciais intentados contra a Benfica SAD relacionados com a sua gestão corrente e com o regular desenvolvimento do seu objeto social. É convicção do Conselho de Administração, atendendo aos pressupostos e antecedentes das ações judiciais, aos pareceres dos consultores jurídicos da Benfica SAD e às demais circunstâncias que envolvem os processos, que não existem quaisquer ações de natureza judicial, arbitral ou administrativa (incluindo ações pendentes ou suscetíveis de serem empreendidas de que o Emitente tenha conhecimento) que possam vir a ter, ou tenham tido no passado recente, um impacto significativo na situação financeira ou na rentabilidade do Emitente e/ou do Grupo SL Benfica, ou implicar consequências adversas ao nível do regular desenvolvimento das atividades do Emitente. Qualquer processo de natureza judicial, 21 arbitral ou administrativa pendente ou que venha a ser instaurado no futuro contra o Emitente, tendo em consideração, nomeadamente, aspetos tais como a respetiva relevância e duração, poderá ter impactos na reputação e imagem do Emitente e implicar consequências adversas a vários níveis no desenvolvimento das suas atividades», refere o documento.

Esta era a posição à data do prospeto, mas entretanto surgiu mais um processo, e desta vez a motivar mesmo a detenção do presidente, Luís Filipe Vieira. Os próximos dias dirão qual o impacto na gestão dos empréstimos obrigacionistas.