O presidente do Benfica calculou os danos financeiros certos que a pandemia de covid-19 vai provocar na SAD encarnada. «Quanto é que o Benfica está a perder? Por alto, 20/25 milhões de euros já é certo», disse Luís Filipe Vieira em entrevista à BTV.

O líder das águias assumiu que, apesar de garantir que o Benfica tem dinheiro em caixa para abordar os próximos «cinco ou seis meses», a situação pode fugir do controlo se, por exemplo, não entrarem nos cofres do clube verbas da UEFA.

«Se não houver competições europeias, temos um problema gravíssimo. A principal rubrica do Benfica é a venda de jogadores; a segunda é a Liga dos Campeões», apontou, assumindo que a ausência de algumas fontes de rendimento poderá levar o clube a financiar-se. «Se tiver de ser um empréstimo obrigacionista, é um. Se tiverem de ser dois, são dois.»

Na mesma entrevista, Vieira falou sobre o posicionamento do Benfica no mercado e recusou a ideia de que as contratações de jogadores como Vinícius (17 milhões) e de Weigl e Pedrinho, ambos por 20 milhões de euros, representem um retrocesso na aposta na formação.

E garantiu que os planos para jogadores como Florentino Luís ou Jota, que têm sido pouco utilizados, passam pela afirmação no emblema encarnado. «O Benfica não está disponível para vender os jogadores que estão tapados ou que se diga que estão tapados. Florentino e Jota? O Benfica não está disponível para os vender. Podemos emprestar, mas têm de pôr uma cláusula de opção bastante elevada. Como a de Gedson [n.d.r.: emprestado ao Tottenham com opção de compra de 50 milhões]? Se calhar tem de ser mais.»

«Estes jovens e outros, o Benfica não pode começar a pensar que são para emprestar. O Benfica tem de criar espaço para eles competirem. Se o mundo virar ao contrário, como virou, nós não podemos fazer loucuras. Estes miúdos têm de ter espaço para competirem, seja na equipa B ou na A», reiterou, antes de dar uma novidade: a integração de dois jogadores atualmente emprestados no plantel principal do Benfica para a próxima pré-temporada. «Ainda temos o Diogo Gonçalves e o Nuno Santos, que vêm fazer a pré-época.»

Sobre a OPA chumbada, Vieira garantiu que «não afeta a credibilidade» do clube: «A OPA foi chumbada, mas por uma parte técnica, os nossos juristas é que sabem. Mas que não afeta a credibilidade do Benfica. Há uma coisa que a CMVM sabe: o Benfica foi completamente transparente, quem esteve nessa negociação foi transparente em toda a informação. A CMVM até realçou a inovação que era um clube a fazer uma OPA às suas próprias ações. Houve muita especulação, mas a CMVM travou a OPA até pelos efeitos da pandemia.»

(artigo atualizado)