Os quatro atletas portugueses que participaram este sábado na Maratona dos Mundiais de Helsínquia, na Finlândia, demonstraram sentimentos diferentes. Luís Jesus, o melhor classificado, mostrou-se feliz com o 18º lugar alcançado, mas revelou que teve de parar devido a problemas físicos. Alberto Chaíça, por seu turno, explicou que começou a sentir dores logo nos instantes iniciais, mas disse estar contente por ter conseguido terminar a prova.
Luís Jesus esteve sempre no grupo da frente e apenas começou a perder terreno à passagem dos 20 quilómetros. No final, estava satisfeito com a sua prestação.
«Desde o começo até ao fim o 18º foi o meu pior lugar. Podia ter-me contentado com o 16º a meio da corrida, mas fui até ao limite à procura de mais. Eu é que sei o que custou a prova a 10/12 quilómetros do final. Parei umas dez vezes com problemas musculares, para flexões, e perdi tempo precioso. Eu queria [ter o 16º lugar, que lhe daria o estatuto de semi-finalista], mas a 600 metros da chegada não tive forças para um polaco e um italiano, que passaram por mim. Talvez para o ano, se for aos Europeus, faça uma corrida mais controlada, para uma classificação melhor. Saio daqui satisfeito», referiu, citado pela agência Lusa.
Logo a seguir a Luís Jesus terminaram, respectivamente, Luís Novo (24º) e Alberto Chaíça, que ficou em 45º da geral. António Sousa, o quarto elemento luso, seleccionado para que Portugal pontuasse no caso da desistência de um dos outros três, acabou por desistir.
Alberto Chaíça terminou a coxear da perna direita e acabou por ser levado em braços para a enfermaria, para ser assistido. O esforço do maratonista português permitiu, no entanto, que Portugal ficasse em sétimo na Taça do mundo, segundo país da Europa logo atrás da Espanha, sexta. No final, Chaíça estava feliz por ter conseguido chegar ao fim.
«Lembro-me de ver o Américo Brito [treinador] a gritar, a mandar-me parar, mas eu não o quis ouvir, fui indo a pensar na meta. Eu sou assim, sou duro, mais vale quebrar que torcer e levei a minha cruz ao calvário. Aos 20 quilómetros é que foram elas. Sabia que outros iam dar o ¿berro¿ e mesmo com dores segui. Nem sei onde arranjei forças, mas desistir não faz parte de mim», explicou o atleta português.