A chegada de Lulinha ao futebol português surpreendeu não só pelo facto de o seu destino ter sido o improvável Estoril mas também porque parecia praticamente dado adquirido que iria desembarcar um pouco mais ao lado, isto é, no Estádio da Luz. A operação soou, desde logo, a uma espécie de ponte. Sem revelar indício de qualquer acordo nesse sentido, o médio brasileiro assume, todavia, que o tema não lhe é estranho.
«Quem sabe? Todos sabemos que o Benfica é o grande clube de Portugal, a maioria dos jogadores sonha representá-lo, eu já estive muito próximo de o conseguir, mas, infelizmente, não deu certo. Tudo pode acontecer, se trabalhar firme no Estoril, que me acolheu muito bem, e, agora há que manter esse nível para que algo de bom possa acontecer», formula o camisola 9 do Estoril em declarações ao Maisfutebol, negando, para já, qualquer contacto: «Até agora, não me comunicaram nada até porque o mercado só abriu há alguns dias. Continuo a trabalhar no duro e o que tiver de acontecer, acontecerá.»
No Benfica, Lulinha tem alguns amigos, mormente entre os brasileiros do plantel, que já lhe transmitiram o que significa trajar de águia ao peito. «Conheço o Ramires, o Luisão, joguei contra eles no Brasil e já estive com eles em Lisboa. São mesmo gente boa. Tem também o Fellipe Bastos, que jogou comigo na selecção. Fui bem acolhido por eles e estão sempre a apoia-me», desvenda.
Independentemente do seu futuro passar pela Luz, o jovem craque quer ficar muitos anos no Velho Continente: «Claro, todos os jogadores, quando vêm para a Europa sonham em afirmar-se e ficar aqui por um tempo. Não sou diferente. Ainda sou novo, tenho 19 anos, por isso, fazer carreira na Europa seria bom, para, quem sabe, depois, voltar para o Brasil. Estou a fazer um bom trabalho no Estoril e tudo pode acontecer. O mercado abriu agora e tudo é possível, tanto voltar para o Brasil como continuar na Europa. Tenho de me aprimorar ao máximo para que as coisas possam acontecer, agora, ou no final da época.»
«Estoril está a ser uma boa experiência para mim»
Outra das prioridades de Lulinha é a selecção brasileira, algo a que poderá almejar se conseguir voltar a ganhar a projecção de há apenas dois anos: «É o sonho de todo o jogador, ainda está na minha cabeça. Sei da qualidade dos jogadores que a representam, mas estou a trabalhar para isso. Sou novo, tenho tempo para evoluir e quero chegar ao topo.»
A opção de alguns conterrâneos, que optaram pela naturalização para jogarem por Portugal, merece-lhe todo o respeito até porque ele próprio não sabe o que o amanhã pode reservar. «Não se pode dizer nunca, a vida dá muitas voltas», finaliza aquele a quem deram a mesma alcunha do presidente do Brasil. Sina de quem se chama Luís e, ainda por cima, é baixinho, conta, divertido, o avançado «canarinho».