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Contra todas as estatísticas... José Mourinho. O Real Madrid apoia-se no técnico português para combater dois traumas recentes de uma vez. O conjunto da capital espanhola não passa os oitavos-de-final da Liga dos Campeões há seis anos e tem pela frente um conjunto que não perdeu nenhum dos últimos seis jogos que disputou com o Real.

Uma coisa de cada vez. A recente maldição dos «oitavos» iniciou-se na temporada 2004/05, numa eliminatória perdida para a Juventus. Nos anos seguintes, sempre na mesma fase, foram Arsenal, Bayern Munique, Roma, Liverpool e, claro está, o Lyon a terminar o sonho «merengue».

Razões de sobra para algum sentimento de preocupação nas hostes madrilenas. Mas ainda há mais. O nome do rival, também está longe de trazer boas recordações. E não são apenas os jogos da época passada, onde o clube francês venceu em casa por 1-0 e empatou a um golo no Bernabéu, a sustentar as dúvidas. Há todo um pecúlio.

Em 2005, então na fase de grupos, o Lyon não teve qualquer complacência com o Real de Vanderlei Luxemburgo. Foram 3-0, com golos de Carew, Juninho Pernambucano e Wiltord. Em Madrid, deu empate (1-1). Aliás, em Madrid deu sempre empate.

É que na fase de grupos da época seguinte, Real e Lyon voltaram a encontrar-se. Igualdade a dois na capital espanhola, triunfo francês em casa, por 2-0. Marcaram Fred e o português Tiago.

Tudo resumido e sobram poucos motivos para entusiasmos do lado do Real Madrid. Mas há um que pode fazer a diferença. José Mourinho ainda não tem números suficientes para construir estatística nos duelos com o Lyon. De facto, só enfrentou a equipa francesa por uma vez (duas, no caso). E venceu.

Foi em 2003/04, ano dourado do F.C. Porto, que o técnico português ultrapassou o rival francês nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Empate a dois golos em França, triunfo por 2-0 no Dragão. Marcaram Deco e...Ricardo Carvalho.

Na antevisão do encontro, Mourinho foi claro: «As estatísticas servem para que se acabe com elas». Foi assim quando venceu títulos europeus com o F.C. Porto, quando devolveu o campeonato inglês ao Chelsea cinquenta anos depois e quando venceu tudo num ano, pelo Inter de Milão. Por isso, para o Real Madrid reduzir a pó a estatística e as «maldições», dá sempre jeito contar com um especialista.